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Minha Razão de Viver: Memórias de um Repórter
(SAMUEL WAINER ; AUGUSTO NUNES)

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Samuel Wainer alega que uma pessoa teve participação ativa em sua vida: Carlos Lacerda. Esse outro jornalista, igualmente um conhecido personagem da história brasileira, dedicava a ele uma rixa de tal tamanho que influenciou os caminhos da política brasileira. Agora é certo refletir, antes do desenvolvimento desse texto, o quanto Lacerda ajudou e atrapalhou na brilhante carreira desse jornalista. Samuel Wainer conheceu Carlos Lacerda em 1935, período em que o Brasil estava em plena efervescência política. Tempos em que Wainer já definia Carlos Lacerda como o seu ídolo. Foi um momento em que os dois se apresentaram e tiveram um breve diálogo, marcado por elogios vindos principalmente de Lacerda, como: “Você fez um belo trabalho” e “Fique conosco, você vai longe.”.Em 1938, Carlos Lacerda se associou ao grupo de Diretrizes, porém de forma semi-clandestina. Foi nesse período que os seus laços de amizades se estreitaram. Contudo, não por muito tempo, essa relação tomaria um caminho inverso. Mesmo assim, Wainer o define como uma pessoa talentosa, excelente redator e fascinado pelo pode – seu problema para o resto da vida. Assim, Lacerda foi trabalhar em uma revista chamada Observador Econômico e Financeiro de Valentim Bouças. De início ele mostrou ser um bom repórter, porém uma de suas reportagens exerceria um efeito drástico sobre a sua vida. Carlos Lacerda teria que contar a história do Partido Comunista Brasileiro e, como era filiado, aproveitou de laços mantidos com comunistas. Em 1940, Samuel Wainer caminhava junto a Moacir Werneck de Castro pela Cinelândia, quando começaram a chover papeis. Era um panfleto anunciando a expulsão de Carlos Lacerda do PCB, acusado de ser traidor e responsável, graças a sua reportagem, pela morte de militantes. Em prol do amigo Samuel Wainer o convidou a escrever novamente em Diretrizes, mesmo sabendo que teria problemas frente a presença dos antigos companheiros de partido.Não foi uma boa idéia, pois ao invés de ser mais tolerante e humilde, Lacerda se tornou amargo. Escreveu matérias criticando injustamente personalidades como o pintor Cândido Portinari. E isso repercutiu de forma negativa entre os profissionais da redação, que ameaçaram pedir demissão. Samuel Wainer não tinha escolha, disse a Lacerda que não havia mais clima para ele escrever em Diretrizes. Carlos Lacerda funda em 1949 a Tribuna da Imprensa, caracterizado por jamais ter sido uma grande publicação, pois defendia os interesses e os pontos de vista dos barões da imprensa. Antes mesmo de fundar o seu jornal Lacerda já dedicava ataques a Samuel Wainer, mas com a criação do jornal esses se intensificaram.Com o nascimento do jornal Última Hora, Lacerda sentiu-se na missão de destruir o empreendimento e com ele a imagem de seu dono: Samuel Wainer. Sua intenção era provar que Última Hora recebera dinheiro do governo. Com o apoio de Chateaubriand, que lhe colocou à disposição a TV Tupi. Graças a emissora a imagem de Lacerda ficaria conhecida por centenas de milhares de telespectadores. Mas, os ataques não eram vistos com silêncio pelo Última Hora, tanto que a alcunha de Corvo, a qual Lacerda ficaria conhecido nacionalmente foi uma idéia de Wainer. Logo, Wainer pensou na criação de uma CPI para amenizar esse ataque frenético que lhe dedicavam. E esse foi o seu grande erro, pois abalou sua amigável relação com Getúlio Vargas. E ainda, o jornal Diário de São Paulo,, a partir de 12 de julho de 1953, começou a publicar manchetes que comprometiam a nacionalidade de Wainer, dizendo ser ele nativo da Bessarábia. Essa manobra teria um forte efeito sobre Última Hora, pois a Constituição não aceita estrangeiros nem brasileiros naturalizados na posição de donos de jornal. Essas tentativas de destruição começaram a causar efeito, pois Wainer foi preso por falsidade ideólogica e os anunciantes se afastaram do jornal. Wainer nunca mais colocou os pés no Palácio do Catete. No mês de agosto desse ano a vida do presidente chega ao fim. E Samuel Wainer teveque enfrentar situações dramáticas ao se confrontar com os lacerdistas. Quando Jânio renunciou ao seu cargo de presidente, Wainer preferiu se resguardar em São Paulo, pois sabia que no Rio de Janeiro poderia ser facilmente atacado por Lacerda, então governador da Guanabara. Outro acontecimento que ilustra a relação conflituosa entre Wainer e Lacerda é o caso do assassinato de mendigos no Rio de Janeiro. Amado Ribeiro, jornalista do Última Hora, ao investigar a morte de alguns mendigos jogados na água do rio da Guarda conseguiu revelações de uma sobrevivente que remetiam a imagem de Carlos de Lacerda ao crime. Lacerda, então, perde o antigo apelido de “O Corvo” para “Mata-mendigos” - Paulo Francis foi responsável por isso. O acusado com sua boa retórica não foi penalizado, mas seu sonho de alcançar a presidência acabara-se, principalmente depois que Última Hora provou sua ligação com o esquadrão da morte montado por Cecil Bohrer.O golpe de 1964 deixou Samuel Wainer em uma situação frágil, estando em uma cidade governada por Carlos Lacerda, seu inimigo e amigo dos golpistas. E assim que foi efetivado o golpe, Samuel se exilou no Chile, contudo ainda teria mais um desafeto com Lacerda. Samuel Wainer alega que não conseguiu acreditar, quando ouviu a notícia em seu carro de que Carlos Lacerda havia morrido. Uma pessoa que fora seu amigo de adolescência e inimigo feroz da maturidade.



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