Mozart - genialidade incompreendida
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No dia 27 de Janeiro de 1756 nascia em Salzburg, actual Áustria, um bébécomo qualquer outro. Durante cinco anos, o pequeno João Crisóstomo passoupraticamente despercebido da restante população infantil do pequeno burgoaustríaco em particular, e do mundo em geral, levando a cabo as brincadeias etraquinices habituais de qualquer criança de tenra idade. No entanto,naturalmente incitado pelo pai compositor (Leopoldo Mozart) depressa veio arevelar algo de diferente naquilo que seria o desenvolvimento de uma criançanormal, começando a compor aos cinco anos minuetos para cravo, e revelandodotes prodigiosos na criação de melodias ao cravo e reprodução de melodias queouvia.O seu pai levou-o com apenas 7 anos e com a sua irmã Nannerl, com apenas 12,por uma digressão pela França e Inglaterra. O pequeno Mozart fez sensação poronde passou, deixando boquiabertos todos aqueles com quem contactava. Mas agenialidade de Mozart estava longe de se resumir a exibições de pequena criançaamestrada. De amestrado, Mozart não tinha nada, e veio a prová-lo ao longo detoda a sua vida. A sua obra provocou uma ruptura importantíssima na história damúsica ocidental, rompendo com todos os cânones anteriormente estabelecidospela figura mais importante do período barroco musical: Johann Sebastian Bach.A música barroca era caracterizada pela sua imponência, por uma busca dasacralidade e do rebuscado. E isto é muito mais verdadeiro em Bach, que era umluterano devoto, e procurava demonstrar isso na sua música. A música barroca écomplexa e pesada, é uma oração que se faz numa catedral imensa e feita depedra. A música de Mozart veio trazer uma lufada de ar fresco à música, com asua leveza e o seu riso, a música de Mozart eleva-se aos cânticos de anjosdesde sempre presentes no imaginário popular. Mozart não se contentou em ser um mero criado, o banal músico por encomendaque vigorava na altura. A sua genialidade e irreverência fizeram com queprocurasse criar aquilo que lhe dava prazer, muito mais do que aquilo que opúblico poderia aceitar. No entanto, no caso de Mozart, um e outro estavamintimamente ligados. Mostrou na sua música a sua verdadeira alma: asimplicidade, leveza e o riso e brincadeira sempre presentes em todas as suasobras rapidamente conquistaram o coração do público, permanencendo até aos diasde hoje. Mozart provou que não eram preciso rebuscados contrapontos e melodiascomplexas e emaranhadas umas nas outras para que a música chegasse ao céu: comriso e leveza seria muito mais fácil.A única altura em que verificamos que Mozart revelou na sua música umaangústia profunda, uma mágoa que arrepia de tão negra, foi quando compôs oúnico Requiem da sua vida. Mitos defendem que este foi encomendado pela própriamorte, mas sabendo como Mozart acabou a sua vida, já sem a fama dos temposáureos da juventude, trabalhando por encomendas, doente e na miséria pela suaprópria incapacidade de gerir a riqueza que ia recebendo, entendemos estamágoa, quase ressentimento, pela sua genialidade não ser entendida porcompleto.
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