BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


Um Cuete no Dia de Reis: Luiz Alberto Alves
(Lúcio Jr)

Publicidade
Escrevendo depois de desarmar os presépios, passado o chamado Dia de Reis, resolvi entrevistar alguém que, com seus vinte três anos, sabe muito sobre Folia e Reinado: Luiz Alberto Alves. Filho de José Miguel Alves e Vilma Maria Alves, Luiz é de uma família que sempre dançou Reinado e Folia de Reis. A família do pai veio da Chapada para o Salitre; o Salitre era um “arruado”, uma “corrutela” próximo do Vilaça. Quando o bisavô de Luiz Alberto morreu, a família veio para Bom Despacho. O corte de Reinado do qual Luiz Alberto é capitão, O Estrela do Oriente, já existe há uns cem anos. A história do Reinado, assim como a história da Folia, é a história de luta por espaço e compreensão da religiosidade popular. Luiz sabe muitas histórias, contadas pelos mais velhos, a respeito da intolerância e o desrespeito relativo a essas manifestações populares: anteriormente, só se “batia caixa” em beirada de rua, o Reinado não entrava nem no centro da cidade, pois os Congregados Marianos impediam. A festa ficava apenas na periferia. Algumas famílias, tais com a do Juca Rufino e a do João Araújo, tomaram partido do Reinado e defenderam a festa junto às autoridades eclesiásticas, pouco a pouco obtendo um maior reconhecimento. Luiz explica que a adoração aos Reis Magos começa na noite de natal e vai até dia seis de janeiro. Os foliões encenam a viagem dos reis em busca do Deus-menino, revivendo as histórias da Bíblia. A bandeira representa os três Reis Magos. O nome certo é Companhia de Reis ou Embaixada de Reis. Os foliões saem cantando, mas os únicos que dançam o lundum são o Pai Bastião e a Mãe Catirina ou Mãe Leonora. Esses dois vão atrás da bandeira. Quando chegam a uma casa, no portão, a bandeira entra primeiro, em sinal de respeito. As figuras de Pai Bastião e Catirina que, respectivamente, representam o bem e o mal, o preto e o branco, o equilíbrio entre as forças da natureza. Um representa o Arcanjo Gabriel e outro o rei Herodes. Esse governador romano fingia que tinha um coração bom, que ia adorar o menino, mas às escondidas tramava matá-lo. São Gabriel é que avisou São José para fugir com sua família para o Egito. O Arcanjo Gabriel avisou os Reis Magos para não voltarem pelo mesmo caminho; os foliões vão por um caminho e voltam por outro. O Pai Bastião tira a máscara diante do presépio. Depois desse momento, é encenada a volta dos Reis para o Oriente. Eles tinham gasto toda sua fortuna e voltaram pedindo ajuda. Daí o fato dos foliões pedirem coisas. Quando os Reis Magos voltaram à terra deles, fizeram uma grande festa. Luiz Alberto ressalta que tudo nas festas é pago pelos foliões, com bastante dificuldade. O custo de uma viola, por exemplo, é um salário mínimo. Em nome dos foliões e dos pobres, deixou um desabafo: “Peço à Igreja Católica, que é a única instituição em que nós confiamos, um pouco mais de atenção e carinho com nosso povo e nossas tradições, pois elas estão sendo substituídas por outras importadas, tais como o Halloween, sem que ninguém reclame. Quem sabe, um dia, Bom Despacho não possa criar uma Associação dos Foliões, com a união das companhias, das folias, que aqui são doze.” Finalizando, Luiz Alberto gostaria de agradecer a algumas pessoas que sempre o ajudaram: a mãe, D. Vilma, Nossa Senhora do Rosário, São Sebastião, José Vieira, aos amigos do Reinado e de Folia, aos irmãos. Luiz Alberto, que sua boa estrela continue lhe guiando em sua “nobre embaixada!”.



Resumos Relacionados


- Marquinhos Bacará: Um Bisavô No Dia Dos Pais

- Luiz Nosso Rei Do Baião, Vamos Ter Muitos Forró Mais Como Luiz Jamais.

- Homenagen A Luiz Gonzaga Rei Do Baiao

- Eliseu, O Profeta Dos Muitos Milagres.

- O Novo Testamento



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia