Resumo de memórias - Oswaldo Costa

Percebi no decorrer do tempo, fugaz amigo, as sutilezas da eterna luta do bem contra o mal, rudes guerras diárias que, ao contrário do que eu imaginava, eram travadas internamente e não do lado de fora. As imagens que tinha da minha infância de anjos lutando com demônios, e que me acompanharampor muitos anos além, perderam a força...Vi-me enfrentando meus vícios com minhas virtudes...e na maioria das vezes eles eram mais sedutores que elas...que luta desigual. Tive essa visão por muito tempo...lados opostos se degladiando por motivos inexplicáveis, esdrúxulos...ridículos...não conseguia enxergar além disso. Numa bela noite, me foi dado o vislumbre da luz...a escuridão se desfez. Finalmente enxerguei o óbvio. Estava lá o tempo todo, acenando pra mim como faz com todos...Esta luta interna que perseguiu-me por tanto tempo, era um conjunto de sentimentos equivocados, pensamentos incompletos, palavras soltas e irresponsáveis e atitudes prescipitadas e imaturas. Pra começar, ainda não me conheço, e tenho 37 anos, como poderia me conhecer aos 15... aos 18, 25, 30, não importa...Conhecer-me é um processo lento, complexo e talvez eterno...Sofremos influência de nossos sentimentos, pensamentos, palavras e atos; como sermos livres?! Hoje tenho a resposta! Somos profundamente afetados por nossos sentimentos e pelos sentimentos alheios. Baseados apenas nessa premissa, poderíamos afirmar que seria muito melhor termos todo o tempo sentimentos bons e diluirmos os nocivos. Em relação aos sentimentos, que são quase como seres vivos, indomáveis, imprevisíveis; digo-lhes que não é bem como lhes parece...também tive essa impressão à primeira vista...Até que aprendamos realmente os significados do verdadeiro amor, os sentimentos irão realmente nos invadir sem serem convidados...deixemos que eles entrem...percebamos quais são, sejamos sinceros...os sentimentos são os tijolos que usamos na obra de nossa casa...tomemos muito cuidado na hora de usar esses tijolos, o fato de tê-los nas mãos, não os obriga a usá-los! Os sentimentos, quando bem usados, são como o tempo; um aliado e não um inimigo! Exemplos de sentimentos equivocados não nos faltam no decorrer de nossa vida. Medo, aflição, raiva, rancor, mágoa, inveja, egoísmo...a lista seria enorme...Se analisarmos cada um destes sentimentos, dentro de seus contextos atuais, porém numa outra época, talvez teríamos outras visões, opiniões e atitudes. Então porque não analisarmos as situações vividas antes de deixar-nos cegar por nossos egos inflados de razão! Normalmente vemos as situações como formigas

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