Filme: Benjamin
(Monique Gardenberg)
Benjamim. Belofilme. Paulo José, sem comentários, o melhor ator brasileiro vivo — faço aquium intervalo para recomendar o maravilhoso "Todas as Mulheres do Mundo",que além do próprio, conta ainda com a graciosa Leila Diniz — aproveitando ogancho, graciosa também é Cléo Pires, debutando no cinema em “Benjamim”. A história é baseada na obra homônima de ChicoBuarque. Não falarei nada sobre ela, comentarei o filme e deixarei a históriapara quem quiser assistir (ou ler).Benjamim, vivido por Paulo José, é um ator meia-boca, ligeiramente"alienado" digamos assim. Teve um grande amor no passado (quando éinterpretado por Danton Mello) e encontra, no presente, Ariela, uma garotamuito parecida com sua amada — disse que não contaria a história, já o fiz — umpouco é necessário — e fica transtornado com isso. Por isso, o filme se passaem dois tempos simultâneos: o passado, com cores quentes e fortes, imagenslevemente granuladas; e o presente, com imagens mais frias, dinâmicas. Comodisse a diretora Monique Gardenberg, ela queria que o filme se passasse a umpalmo do chão, e obteve sucesso no intuito. É um filme belo, poético, leve, aténas horas mais pesadas. PauloJosé, que enfrentou o Mal de Parkinson durante as filmagens, transmite bem abeleza triste de quem vive um presente apoiado num passado, este muito maispresente que o próprio presente; ele sorri, dança, anda, conversa, vive, semprecom uma lágrima em seu coração, pronta para cair. Como bem definiu um crítico daFolha, o personagem possui "uma relação muito particular com o tempo e osubtrai do espaço à sua volta".Cléo, em sua primeira (e dupla) interpretação, mostra que leva jeito. Osorriso e o charme da jovem me conquistaram antes mesmo do filme, uma madrugadaem que a vi dando uma entrevista na TV: simpatia avassaladora. Ofilme poderia ser muito mais digerível, mas ainda bem que a diretora optou pornão o fazê-lo. O Rio de Janeiro, geralmente mostrado como cartão-postal nosfilmes, aqui é um mero espaço para a ação acontecer, nada de corcovados ecristos, no máximo uma prainha qualquer. Benjamimé aquele tipo de filme que não acaba quando termina a projeção, mas sim perdurapor mais um tempo na mente, seja pelo charme de Ariela, seja pela imaterialidadede Benjamim
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