O IESAE: formando professores e operadores da educação.
(Maria Julieta Costa Calazans)
Julieta Costa Calazans, nesse capítulo procura descrever e analisar a influência do IESAE no contexto educacional brasileiro, destacando a importância desse Instituto na Formação dos quadros superiores da educação no Brasil[1]. A esse respeito, a autora afirma que: O público-alvo era o pessoal que trabalhava em educação – não atingíamos ninguém desempregado. Fomos às universidades e às secretarias de Educação, de Planejamento e de Trabalho. Recrutávamos poucos professores e mais gestores, porque o curso se destinava a formar gestores para o sistema educacional (p. 215).No que se refere aos aspectos administrativos do IESAE, Calazans informa que: Nós do IESAE, herdamos um projeto que não estava ligado à teoria do capital humano, mas que abria uma brecha enorme para começarmos a pensar a educação filosófica e teoricamente, na perspectiva das ciências sociais (p. 216).Partindo desse pressuposto, podemos inferir que o IESAE possuía, em suas diretrizes, elementos que permitiam a aqueles que nele trabalhavam, atualizarem sua estrutura organizacional de acordo com as modificações derivadas do aprofundamento dos conceitos referentes às teorias educacionais de então.No tocante às suas linhas de estudo, Maria Julieta Calazans assinala que: Na Pesquisa havia umtrabalho filosófico muitoforte e algumas pessoas faziam tesesmuito bonitas, orientadas pela Zilah Xavier de Almeida oupelo Durmeval Trigueiro. No Departamento de Filosofia, havia pessoas de Filosofia, de Psicologia, de Antropologia e de História. No de PsicologiaeraapenasPsicologia. No de Administração de SistemasEducacionais havia o pessoal das CiênciasSociais e também pedimos a colaboração da EBAP (p. 217).Ao que indica a autora, a dinâmica dos três Departamentos do IESAE era bastante diferente entre si, pois enquanto no Departamento de Filosofia Educacional (DFE) havia uma pluralidade disciplinar no que se refere à origem do pessoal docente, no Departamento de Psicologia Educacional (DPE) os docentes eram oriundos exclusivamente da área de Psicologia, enquanto que no Departamento de Administração de Sistemas Educacionais (DASE), além de haver a presença de docentes oriundos da área das Ciências Sociais, houve ainda a cooperação da EBAP. A partir desses elementos, podemos inferir que, muito embora houvesse no Instituto uma diversidade no que se refere à organização departamental, ainda assim o IESAE teria conseguido prestar assistência à organização de Sistemas de Ensino, e. manter ao longo de toda a sua existência uma expressiva produção acadêmico-científica.No que tange às temáticas das teses defendidas no IESAE, a autora nos indica que: Além das tesesligadas à Filosofia da Educação, tínhamos dissertaçõessobreAdministração de SistemasEducacionais e tambémumbloco de trabalhos ligados à EducaçãoRural (…). Havia umgrupo ligado à educação propriamente dita, com a formação do professor (p. 218).Por último, Calazans afirma que o IESAE nunca em sua existência recebeu da Capes outro conceito que não fosse A (p. 219). A partir dessa afirmação, podemos perceber o quanto esse Instituto foi importante para a Educação Brasileira entre as décadas de 1970 e 1990.Esse texto reveste-se de grande importância para o entendimento de questões relativas ao funcionamento desse Instituto, bem como sobre a relevância dele para Pós-Graduação no Brasil, já que nesta entrevista, a autora (a qual esteve presente durante grande parte da história dessa Instituição) discorre sobre vários aspectos relativos ao IESAE, o que possibilita uma visão ampla desse Instituto, objeto de estudo, através da comparação entre depoimentos como esse e as Fontes Documentais oriundas do IESAE.[1] Especialistas nos problemas educacionais, professores do ensino superior e funcionários de alta qualificação para ocuparem postos em Sistemas de Ensino Municipal, Estadual e Federal.
Resumos Relacionados
- Formação Inicial E Contínua Dos Professores
- Ler, Escrever, Pensar: Notas Sobre O Ensino Da Filosofia
- Http://inep.gov.br/
- Anísio Teixeira E A Oficina De Mestres Do Distrito Federal
- O Espaço Acadêmico Da Pedagogia No Brasil: Perspectiva Histórica.
|
|