O Patrimonialismo no Estado Brasileiro (I): O Brasil-Colônia
(Francisco Roberto Barbosa Nery)
Refere Antônio Paim que, a burocracia luso-brasileira dispõe de enorme sabedoria no trato e na manipulação do populacho. Pombal também já o exprimira abertamente nas Observações Secretíssimas (1755) ao assinalar a forma ordeira como se comportava a multidão em Lisboa, quando mobilizada pelo Estado. Tal poder de manobralidade e conhecimento de como fazê-lo tornou-a imbatível na condução da coisa publica como se particular fosse. Parece ser necessário referir ainda que dentro do Patrimonialismo chamado modernizador restou marcante a criação de estamentos vários com o fim de servir de suporte ao estado. Assim, a nobreza civil (designação de Pombal a época),e, burocratas hoje, cuidou claramente de especializar seus serviços e normatizar dentro de seus interesses tais serviços para poder mais tarde chegar ao controle do estado, como resta claro no presente.A necessidade inicial do Estado, de uma estrutura para controle, voltou-se contra ele e transformou-se mais tarde em eminência parda, e algumas vezes, ate em dona do poder, por necessidade de sobrevivência, ou interesse no poder especifico de um desses estamentos sociais que a integram. No estado português, incluído nele o Brasil colônia, as empresas do reino e, a necessidade de seu controle, inclusive com a ajuda da inquisição, que também agiu no Brasil, tornou a burocracia um estamento de grande supremacia em relação aos outros grupos sociais. Assim é que em certo momento atribuiu-se inclusive funções de promover a modernização. Obviamente, essa modernização, econômica, deveria dar frutos, e frutos de preferência em favor dessa mesma burocracia, o que denota já seu interesse e organização. O estamento burocrático, modernizado como fora na época pombalina, tinha em suas mãos o poder e obviamente não desejava dividi-lo. Na verdade essa nova classe social rica, e burocrática, que decorria da expansão manufatureira no reino e tinha ainda a seu lado comerciantes de alta riqueza; (que eram francamente tendentes ao cientificismo); pretendia que a ciência tivesse o poder de transformar a sociedade, o que se tornara uma tradição e será assimilada também no Brasil.
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