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O Patrimonialismo no Brasil (II): a herança pombalina
(Francisco Roberto Barbosa Nery)

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A título de herança, recebe o Brasil, na vinda da família real em fuga, todo um estamento burocrático, já algo organizado. Com a vinda de D. João VI e sua corte e, a atuação de seu primeiro chefe de governo, faz-se manifesta pretensão de que o estado seja o promotor da riqueza, seguindo uma vez mais uma idéia pombalina . O reino, agora transformado em promotor de riqueza, necessitava fornecer meio de sustento a uma enorme corte assustada, falida e sem qualquer aptidão ou desejo de trabalhar, acostumada a viver as espensas da coroa e bem a sua vista na capital do reino, agoira no Rio de Janeiro.De fato, mesmo que desejasse, esse grupo de recém chegados, não teria onde trabalhar. Não havendo ate aqui industrias e, sendo o comercio para esses senhores, local menos digno para exercer suas funções, o que lhes sobrava era a terra e nela, os trabalhos de cultivo, que não conheciam e, menos desejavam pois era para eles, coisa de pretos escravos, mestiços ou para os naturais.Assim, o estado promotor de riqueza havia de absorver, dentro do estamento burocrático, todos os fidalgos de dita boa família que reconhecidamente detestavam o trabalho. Na verdade, o trabalho, para todos esses fidalgos parecia ser coisa destinada aos escravos e não, aquelas nobres mãos, acostumados que estavam ao bom trato, mesuras e de salão, e aos vinhos e licores finos .Varias das figuras exponenciais e politicamente (bem como econômica e culturalmente) ativas no Brasilà época do reinado português, as quais haviam se beneficiado com os novos ares da reforma da Universidade de Coimbra promovida por Pombal, assumiram completamente as suas teses e em especial, as vinculadas ao cientificismo , igualmente assimilaram ainda a idéia do estado promotor de riqueza. Tais eram as idéias da ilustração portuguesaque ao seremtransferidas segundo seus interesses particulares, implantaram, o modus operandi do estamento burocrático, também no Brasil.
O que de fato não interessava e hoje ainda continua a não interessar ao estamento burocrático dominante é que possa vir a existir uma economia voltada a possibilidade de concepção da riqueza e do lucro promovida por outro agente que não seja o estado patrimonialista estamental. O dano praticado aquela época e, que nos acompanha até o momento, representa na verdade a luta pela continuidade do estamento com medo do capitalismo capaz de lhe tirar os favores e benesses e, resta sempre encoberto pela capa da atividade e beneplácito do estado pai de todos, passando a população a idéia de desamparo frente a um capital avassalador e pronto a tudo lhe tirar, como se ela detivesse alguma coisa, além de promessas. Um dos princípios da política de Pombal era o de dar ao Estado homens capazes de constituir uma burocracia apta, além de provê-lo deuma elite de profissionais liberais prontos a exercer as tarefas requeridas pelo comercio e pela construção e, aptos a exercer o seu múnus. Este princípio econômico político e administrativo não se afastaria porém e ainda, da filosofia, do espíritodas belas artes e das ciências maiores a esta época, por isso a reforma da Universidade se fez necessária. Assim, os princípios pombalinos na verdade perseguiam ainda, assegurar o estado de riqueza aos vassalos; a harmonia entre as classes; e, a procura por atendimento dos regulamentos de comercio interno e externo. Tendo a burocracia se formado e estando consolidada, o estamento mercantil burguês, quando da transferência da capital do reino para o Brasil, lutará para não deixar que o sub-estamento estigmatizado, composto de naturais brasileiros, ascenda a postos que são seus desde a corte de Lisboa ao tempo de Pombal.



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