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A expansão desordenada do conhecimento: novas pistas para velhos problemas
(Pablo Silva Machado Bispo dos Santos; Ricardo Gancz)

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Este é um trabalho que objetiva, à luz de conhecimentos filosóficos ditos ultrapassados, realizar uma reflexão acerca do conhecimento pedagógico na atualidade. Após uma rápida ambientação histórica do fenômeno da especialização do conhecimento, verificamos a desorganização do conhecimento e inúmeras conseqüências trazidas. Assim, perdemos a idéia de um saber integrado e integrador para idéias de saberes compartimentados que, por sua vez, criam verdades derivadas de pré-conceitos, opiniões, e pré-noções reducionistas que, por diversas vezes, nos fazem perder a própria noção da realidade. Situado este problema, passamos a tecer considerações sobre como tratar deste problema, nos baseando em alguns aportes teórico-metodológicos esquecidos, ou, por vezes, mal entendidos, a saber: as idéias do esquecido filósofo brasileiro Mário Ferreira dos Santos, como elementos subsidiários ao resgate da categoria de totalidade do conhecimento filosófico, e, do conhecimento pedagógico. Partindo desta premissa, procuramos realizar uma análise das possibilidades de ação e reflexão filosófica acerca do conhecimento pedagógico e filosófico no cenário da pós-modernidade. Deste modo, torna-se necessário indicar que defendemos a retomada das noções de educação integral (vide Anísio Teixeira) e de filosofia concreta (Mário Ferreira dos Santos).O conhecimento até a Idade ModernaQuando analisamos a biografia de grandes sábios que nasceram antes de 1800, a extrema maioria, de Aristóteles a William Blake, dominavam uma vasta gama de conhecimentos. Aristóteles inaugurou diversas ciências como: a anatomia comparada, a botânica, a zoologia ; criou a lógica (analíticas), era mui versado nas artes (poética), na psicologia (de anima), além dos próprios problemas filosóficos (metafísica, política, ética). William Blake como um exemplo mais moderno, era um alquimista, poeta, escritor, pintor, escultor, além de possuir habilidades em outros campos do saber.Certamente, eram poucos aqueles que eram realmente filósofos[1] nesta época, fazendo que a quantidade de conhecimento não fosse muito grande. Segundo Demeis (DVD), se um professor, nesta época, decidisse atualizar seu conhecimento, lendo todo o conhecimento disponível na Universidade de Oxford, em um ritmo de 5x por semana, 8 horas por dia, gastaria cerca de 7 meses para se atualizar. Por outro lado, segundo Urbano Zilles, devemos observar que as universidades da Idade Média tinham as seguintes características:O estudo visto como parte ascencional do espíritoO conhecimento pelo conhecimento (falar Anísio)Desobrigação dos estudantes, financiados pelos mecenas, para funções civisLiberdade de opinião e expressão.Quanto este último item, vale ressaltar que a Física de Aristóteles foi impugnada por um Concílio. Porém, a despeito da impugnação, a obra continuou sendo estudada dentro da universidade graças a embates intelectuais - e não dogmáticos - por parte de Sto. Alberto Magno e Sto Tomás que rebateram as objeções do concílio. Outro exemplo significativo da liberdade de ensino nas universidades era a existência de seguidores da filosofia de Averroes e Avicena. Dessa forma, a liberdade de cátedra somada com diversos outros fatores, era uma possibilidade natural a existência de um saber universalizado, sem muitas fragmentações, dialógico em suas várias categorias. O crescimento exponencial do conhecimento. Em primeiro lugar, temos de observar que por volta de 1850, no âmbito das ciências médicas, foram descobertas: a assepsia, a anestesia, o fato que inúmeras doenças eram causadas por microorganismo, sendo criadas vacinas e antibióticos que podem atuar em populações inteiras. Por isso, podemos verificar que a idade média do homem aumentou de 30-40 anos na Idade Média, para mais de 80 anos, em alguns países, hoje. Assim, além de vivermos mais, passamos a ter uma vida mais produtiva causada pelas novas descobertas. Então, um cientista com 40 anos de idade ainda tem muito a realizar.Foi inevitável, com este cenário colocado, que não houvesse um grande crescimento populacional. Demoramos 1800 anos para triplicarmos nossa população (passando de 300.000.000 para 900.000.000) e, apenas 200, para multiplicarmos por 7! O crescimento populacional certamente contribuiu para o aumento dos cientistas e dos trabalhos científicos. Porém, faz-se necessário levar em conta a própria institucionalização da ciência, que passou a ser financiada por indústrias e governos, criando o cientista como “empregado”. A soma dos fatores fez que, em oposição aos aproximadamente 5.000 cientistas no século XIX, passássemos aos mais de 30.000.000 hoje. A super-especialização e algumas conseqüências para o conhecimento humanoCom isto, quando pensamos em quantidade de conhecimento, tomemos um exemplo: Se um bioquímico resolver estudar todo o conhecimento produzido apenas em bioquímica por 1 ano, lendo todos os 365 dias por ano durante 10 horas por dia, conseguirá apenas ler 6% do que foi produzido em bioquímica. O que vem acontecendo pode ser chamado de super-especialização, que faz com que o pesquisador apenas foque em uma parcela minúscula do conhecimento. Concorre-se ao fato que as universidades perderam muito de sua liberdade; sendo divididas em grandes áreas, sub-áreas, escolas dentro de escolas, cadeiras, departamentos, etc, ajudando a própria compartimentação do saber. Por conseqüência, perdemos a capacidade de um diálogo inter, trans ou multidisciplinar, tendemos a fazer reducionismos baseados em um escopo do saber. Nosso objetivo não é atacar essas áreas de conhecimento, tampouco, negar-lhes o valor. Declaramos, sim, nosso levante ante a idéia de, a partir de apenas uma dessas visões do homem, reduzido por certo, afirmar a compreensão do homem concreto. Porém, avisamos de antemão, que não desejamos um relativismo absoluto do conhecimento. Cremos que, embora cada um destes pontos de vista não possa explicar o que é o homem, dialécticamente, não afirmamos a anulação mútua.[1] Alertemos ao fato de que Edmund Husserl , em Investigações Lógicas, fez uma refutação completa do psicologismo. Esta refutação vale para as outras correntes.



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