Pragmatismo e Desenvolvimentismo no Cenário Educacional Brasileiro dos anos de 1950-1960
(Pablo Silva Machado Bispo dos Santos et alli)
O artigo analisa algumas das muitas formas de apropriação do ideário da Escola Nova no Brasil, particularmente as vinculadas à vertente filosófica do pragmatismo deweyano, a qual teve grande influência no cenário educacional brasileiro durante o período que corresponde aos anos de 1950/1960. Neste artigo, os autores partem do pressuposto de que a ideologia desenvolvimentista que pontuou o debate em torno da reestruturação econômica, política e social do país nessas duas décadas constituiu-se em um solo fértil para a retomada e a expansão do ideário pragmatista entre os educadores brasileiros, articulando-se, de forma algumas vezes até contraditória, com essa ideologia. Conforme destacado pelos autores, tais contradições estavam presentes na sociedade civil e na esfera governamental. No que se refere à esfera governamental, deve ser destacada a ação de duas instituições: o ISEB (Instituto de Estudos Superiores Brasileiros) e o INEP (Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos), sendo que na primeira teria sido elaborada e difundida a ideologia desenvolvimentista no Brasil, enquanto que na segunda, o pragmatismo teria encontrado seu habitat perfeito, podendo então ser apropriado e adaptado à realidade brasileira em conjunto com a ideologia desenvolvimentista. O foco do nosso trabalho é a produção bibliográfica do grupo de educadores que se articulava em torno de Anísio Teixeira, à época diretor do INEP, órgão vinculado ao Ministério da Educação e Cultura (MEC). De uma forma geral, pode-se afirmar que a apropriação do pragmatismo deweyano, nesse contexto, deu-se numa tripla perspectiva: o pragmatismo como métodocientífico, implicando uma determinada concepção de ciência, particularmente das ciências sociais, com ênfase na aplicação do conhecimento científico na solução dos problemas de ordem prática (o que viria a configurar as ações do Plano Nacional de Educação produzido nos anos de 1950); como modo de vidademocrático (o que viria a embasar as propostas curriculares das escolas públicas); e como sinônimo de experimentalismo, no âmbito da escola (destacando a iniciativa de criação das escolas experimentais, em que os educadores poderiam desenvolver novas metodologias de ensino).
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