Juliano Pavollini
(Cristóvão Teza)
Juliano nasceu e cresceu até sua adolescência na zona rural de uma cidadezinha interiorana no Paraná. Algo que marca sua existência é o seu deslocamento e a facilidade para mentir. Como ele próprio sabe, ele nunca pertence ao local onde está. Daí, suas tentativas de fuga de casa. Isso só é possível quando da morte de seu pai. No dia do velório, Juliano completa 16 anos. Toma um ônibus para Curitiba e, durante a viagem, conhece Isabele, dona de um bordel. Sem rumo na grande cidade, Juliano é convidado a morar com ela. Passa a habitar um sótão repleto de livros que são devorados por ele, alheio à vida do bordel. Isabela o sustenta como a um filho e dá a ele muito mais que o necessário. Um dia conhece Odair, um homem de vida torta que o introduz à vida de pequenos delitos e vícios. No primeiro assalto a uma casa, Juliano rouba uma foto de uma menina de sua idade chamada Doroti e uma fita com a voz dela. Ele se apaixona por ela no mesmo instante. Decide então conhecê-la. Sabendo que ela estuda no mesmo colégio que ele, tudo se torna mais fácil. Depois de muito ensaio, um dia ele a aborda e começam a namorar. Seu plano então, já com seus dezoito anos, é se livrar de Isabela, agora sua amante e casar com Doroti. Além disso, sonhava também em trabalhar para o pai dela num escritório de advocacia. Tudo se encaixava perfeitamente, inclusive com o fechamento do bordel pela polícia. No entanto, ao revelar seu plano a Isabela, ela reage com violência e é morta por Juliano. Sem saída, e sabendo que a polícia irá prendê-lo, ele procura ajuda com Doroti. Revela sua história e pede que seu pai o defenda. Como era de se esperar, ele vai preso e ao invés de ser defendido é acusado pelo pai de Doroti. A história é contada em primeira pessoa, mesclada com diálogos com a psicóloga de Juliano já na cadeia.
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