Filosofia e clonagem
(Pink Poison)
Filosofia e clonagemA actualidade está profundamente marcada pelo conceito de mudança em praticamente todas as áreas do saber, a mudança e os seus elementos mais visíveis e mais marcantes ocupam um lugar central. Seja para referir a clonagem, com a consequente competição a nível mundial, a vertiginosa evolução da tecnologia ou as crises económicas e sociais, é de mudança que se está a tratar. Contudo, esta palavra de ordem – a mudança – faz parte, é intrínseca a qualquer processo de evolução, tendo estado necessariamente presente em toda a história da humanidade. Porquê então esta sensação de «algo de novo» ou de diferente? Algumas razões objectivas prendem-se com a nossa curta memória.Deste tipo de contexto “nasceu a revolução científico-tecnológica”.Talvez mais importante que a mudança em si, são as próprias características desta mudança, nomeadamente o seu ritmo acelerado – e cada vez mais acelerado – e a sua imprevisibilidade. Em muitas áreas do saber, os modelos que eram utilizados eficazmente no passado recente, deixaram de fazer sentido e torna-se claro que o modelo adequado para o problema de hoje não o será para os problemas de amanhã. René DescartesRené A razão é a mesma, em todos os homens; logo, deve haver apenas um método universal, válido em qualquer pesquisa, em qualquer ramo da ciência. Descartes pretendia unificar os vários ramos da matemática e, depois, reconstruir e inter-relacionar as várias ciências não-matemáticas: um objectivo que o próprio autor admitia ser incrivelmente ambicioso. Descartes dá um novo sentido à modernidade, canalizando o problema do conhecimento para a reflexão filosófica. A dúvida “cartesiana” tem uma extensão absoluta: dirige-se a tudo, incluindo o pensamento. O autor sentia a dificuldade do resultado da coexistência entre duas concepções do saber: a escolástica e a moderna e como tal, o seu maior objectivo passou a ser unir, saber e acertar todas as sabedorias do Homem. Descartes era um homem que especulava no sentido crítico de fundamentador com o objectivo de uma nova concepção da ciência. No entanto não há fundamento moral para produzir seres para servir de material genético para outros seres.Clonagem, crises de identidade?Está em jogo não apenas a vida de um novo ser, mas a sua própria dignidade enquanto pessoa. Adicionar-se as células de um ser humano, destrói-se a própria identidade ao novo ser. Deixamos de ter indivíduos, e como tais únicos e irrepetíveis, para termos múltiplos sem dignidade própria. Efeitos a nível mundial da clonagem?A sociedade não evoluirá, ocorrerá maior quantidade do que diversidade de pessoas humanas. As pessoas tornam-se iguais fisicamente com crises de identidade e tornar-se-ão mais envelhecidas e com problemas ainda por desvendar, deste modo, a população mundial entrará em crise de identidade.Existem limites para o avanço da ciência?Para a ciência nunca existirão limites, apenas para o senso comum com o facto da experimentação da clonagem em humanos irá originar a crises a nível do ser clonado, do senso comum e da comunidade científica. Mas ao ser exposto o ser clonado ao mundo e à vida no quotidiano, eventualmente muita gente o irá confundir, mas depois aperceber-se que é diferente as pessoas vão acabar por mexer com os sentimentos e com ate com o próprio clonado. Não iria haver fundamento produzir seres humanos deficientes apenas para gozo de frustados pais ou em nome do progresso científico. Logo cabe ao senso comum estabelecer limites éticos e controlar as suas emoções e sentimentos dirigidos para uma pessoa “igual mas diferente”. Algum dia será possível saber o que continuará a ser em nome de progresso científico?Perante um meio envolvente que apresenta grande volatilidade, diferentes áreas do saber reposicionam ou reequacionam o seu enfoque conceptual. A necessidade de valorizar os aspectos emotivos e afectivos torna-se visível, em especial no que respeita à clonagem, nomeadamente nos campos da gestão e da educação. Apesar de esta ser uma área que reúne já extensa investigação, ainda não existe uma sistematização formal de uma teoria de base. Contudo, a convergência de sentido em relação às diferentes abordagens interdisciplinares – o facto de apontarem na mesma direcção leva a que estas áreas ‘soft’, relacionadas com o factor o humano e com a sua complexidade, ganhem credibilidade, atenção e protagonismo.
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