A união do corpo com a alma - Capítulo 7: algumas conclusões
(Pablo Silva Machado Bispo dos Santos)
Neste último capítulo, será apresentada uma breve reflexão filosófica a respeito do tema da união do corpo com a alma. Tal reflexão se dá na medida em que as posições dos filósofos a que me referi nos capítulos anteriores sedimentaram uma visão em que o fenômeno se apresenta de modo aproximado em relação a alguns e mais distanciado em relação aos já mencionados filósofos. Em minha opinião,o binômio alma-corpo possui uma forte ligação, porém esta não é indissociável, e quando ocorre a morte do sujeito, a alma do corpo se desprende. Em parte apóio o pensamento deHenri Bergson (Matéria e Memória, 2001; Martins Fontes), no sentido de atribuir à alma o controle de funções essenciais como a memória e a cognição. Especialmente em relação à cognição me proximo muito da posição kantiano, no sentido de entender que existem duas estruturas psíquics que nos idicam a percepção de tempo e espaço. Para mim, a alma se une ao corpo por intermédio de um mecanismo de interligação em que célulaa célula o corpo é unido a uma matriz imaterial que condiciona (mas não determina) aspectos relativos às funções psicológicas superiores do cérebro. Por esse motivo, em minha concepção o homem é mais do que um animl: é um animl que possui uma alma imaterial. Esta alma por sua vez fornece à forma biológica do corpo capacidades que o tornam diferente de qualquer animal, como por exemplo a capacidade de ideação (ver os estudos de Luria a este respeito) e a capacidade de percepção moral (ver Kant em Crítica da Razão Prática). Com este breve artigo encerro a série de resumos a respeito do tema da junção do corpo com a alma, porém antes de encerrá-lo, cabe seguinte observação: assim como é impossível molhar o que já está molhado, igualmente é impossível ao homem unir por si próprio a alma ao corpo, pois estando o homem vivo, a alma já se encontra no corpo. E no caso de se tentar realizar algum tipo de evento de necromancia, a posição de quem fosse tentar se assemelharia à do Dr. Frankenstein da literatura do Século 19, o qual tentou recriar a vida a partir de impulsos elétricos dirigidos ao corpo disforme e já apodrecido de um morto. A título de encerramento afirmo que não posso esperar reocnhecimento e nem aceitação de minhas idéias, mas ficarei feliz se os leitores que percorreram estas linhas puderem usar estes textos para suas reflexões próprias e/ou possam tomá-los como elementos para debater as minhas posições e as posições de outrem.
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