Resumo de Daqui a 80 Anos

O grau de anestesia aplicado pela mídia ao ser humano atingiu a um ponto tal que o cidadão comum quando ouve a notícia que daqui a oitenta anos desaparecem alguns países, algumas cidades, muda o clima, aumentam os desertos, imagina ou mesmo diz que “já estarei debaixo da terra”.É impressionante como a GLOBO, um exemplo, o maior exemplo de máquina de alienação, consegue ao mesmo tempo mostrar a realidade brutal do meio-ambiente, suas conseqüências sobre a vida e, logo em seguida falar em progresso, crescimento industrial, essas coisas todas do capitalismo, como se uma coisa fosse outra. E tome anúncio da ARACRUZ, um dos maiores predadores da história da humanidade, o patriota Antônio Ermírio de Moraes. O que se está criando, na verdade, é uma nova Idade Média. Os castelos cercados pela tecnologia dos imperadores, dos príncipes, duques, condes, etc, e o resto ao redor. A classe trabalhadora. Com um detalhe, a classe média, não percebe que está sendo esmagada, triturada e se acha parte de um processo à medida que consegue comprar uma calça Calvin Klein, ou Pierre Cardin.Há uma insensibilidade criada e incensada pelos meios de comunicação. A tecnologia, tão louvada, serve apenas aos interesses dos grandes. Os basbaques aqui embaixo vão ao delírio quando um banco coloca uma dessas máquinas novas, com chip e o escambau e acha que vai facilitar a vida dele.Que é progresso. Claro que é, mas dos bancos. O sujeito derrama litros de lágrimas no capítulo final da novela, pega o telefone e vota no BBB7, assiste sem esboçar reação ao programa do Fausto Silva e se acha inserido no contexto. O cara ao lado está morrendo de fome. A África inteira está sendo dizimada por fome, doenças, mas os pastinhas estão aí, preocupados com decorações natalinas, bolas de sinuca e outros “jogos”, extorsão e chantagem, todos os ingredientes que levam a prefeita de Fortaleza a gastar quase 500 mil numa festa de fim de ano e depois não entender direito quanto pagou e a quem pagou. Mas tudo isso vai acontecer daqui a oitenta anos. O menino drogado assentado na calçada é só um infeliz que não agüentou a barra. Agüentar como? As pessoas aprenderam a amar a si acima de todas as coisas, no amplo espectro da sociedade das pastinhas.E pior, terminam vazias e imensas na solidão, mesmo quando cercada de gentes. São zumbis andando de um lado para o outro e acreditando que tudo funciona assim.No primeiro dia útil do mês. Que pena. Tem show com música eletrônica, tem show com aleluia, tem show com a Xuxa de batinas, tem água benta a vontade, tem Bento XVI, tem Taniguchi, a BBC revela que o crescimento de “evangélicos capitalistas” no Brasil é espantoso e se presta ao crime organizado. Tem tudo, só não tem vida e humanidade.Tem pastinhas e pastonas cheias de bolas e bolinhas. Mas é tudo daqui a oitenta anos, aí não importa muito, o problema vai ser de quem estiver por lá.Qualquer drama de consciência é só dizer que o cara está viajando, descompensado, não consegue apertar os parafusos de forma correta e pronto.Que pena moço, que pena moça, o ser humano é só um zumbi. Os ingleses, ou sei lá quem, acabam de lançar no mercado a pílula contra a obesidade em cães.Já o Irã...

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