Alcoolismo, um carrossel chamado nega??o
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Alcoolismo, um carrossel chamado negação - Reverendo Joseph Kellermann (Ex-diretor do Conselho sobre Alcoolismo de Charlotte - Carolina do Norte - EUA) Este trabalho foi apresentado em Outubro de 1968. Foi bem recebido pelo público e foi impresso para distribuição a todos os interessados, como uma maneira de compreender melhor o problema do alcoolismo e como afeta todos os envolvidos neste problema. No entanto é necessário que o alcoólico e os envolvidos procurem a Al Anon. È preciso frequentar as reuniões para realmente curar o alcoolismo. Só pessoas com experiência em tratar este problema sabem como orientar a família e os que cercam o alcoólico. Através de uma representação teatral imaginária, onde o principal protagonista pode ser um homem ou uma mulher, é mostrado como se perpetua a doença, e como fazer para interromper este carrossel que começa com as primeiras vezes em que o alcoólico bebe muito, as pessoas reagem à sua maneira de beber e este responde às suas reações e bebe novamente, estabelecendo um carrossel de culpa e negação. O alcoólico geralmente é inteligente, e muitas vezes bem sucedido em seu trabalho, embora almeje uma meta acima de sua capacidade. Ele é sensível e solitário, muito tenso e imaturo. Para negar este fato, age como se fosse independente, negando também a responsabilidade pelos resultados advindos de seu comportamento. Mas o que torna possível esta descida em espiral no alcoolismo é a atuação não só do alcoólico, mas de todos que de uma forma ou outra participam de sua vida. Primeiro ato - O alcoólico não admite que lhe digam o que fazer, tornando o diálogo difícil e incompreensível. O alcoólico bebe muito, mais vezes, e para ele a bebida é também mais importante do que para outras pessoas. Ele esconde a quantidade de bebida que usa, o que mostra que sabe que algo não está certo. A negação do uso excessivo do álcool mostra quão importante a bebida é para ele. Depois que começa não consegue parar. A princípio isto lhe traz conforto, confiança, sensação de sucesso e auto-suficiência. Ele está certo e quem fizer objeção à sua maneira de beber está errado. O alcoólatra, quando embriagado, é propenso a ignorar as regras de conduta social, podendo chegar ao crime, como dirigir neste estado. Quando uma crise é criada, e o derruba, ele foge dela e espera que algo aconteça, pedindo ajuda muitas vezes aos outros. Segundo ato - O alcoólico não faz nada ou quase nada. Tudo é resolvido por outras pessoas, que talvez ajam assim por necessidade própria de purgar alguma culpa, sem perceber. Este facilitador pode ser alguém da família, um amigo, um colega de trabalho. Pode até mesmo ser um profissional de ajuda, um médico, um clérigo, um assistente social, que sem conhecer a fundo o problema agravará a situação. Isso nega ao alcoólico o processo de aprender corrigindo seus próprios erros. Passa a acreditar que sempre haverá alguém pronto para ajudá-lo, mesmo que lhe digam que não mais o farão. Neste ato aparece à vítima representada por um colega de trabalho, seu chefe, um sócio. É ela que consertará os estragos feitos pela crise. É a vítima que permite ao alcoólico continuar bebendo de forma irresponsável sem perder o emprego. O provocador também aparece neste segundo ato. Ele é a pessoa chave da peça: geralmente é a mãe ou o cônjuge do alcoólico. É a pessoa que vive com o alcoólico. Seu papel na peça foi representado há muito mais tempo do que o dos outros personagens. Embora perturbada e magoada pela repetição das crises mantém a família unida, e revigora o casamento com ressentimento, dor e amargura, tornando-se fonte de provocação. Ela cumpre suas tarefas, mas não esquece. Ela é acusada de ser a causadora de tudo que vai mal em casa pelo alcoólico, e por isso faz o impossível para provar que ele está errado. Ela se adapta sempre a cada crise, e transforma-se em médica, conselheira, enfermeira, e até sustenta a casa. Com isso magoa a si mesma e ao marido. Nossa sociedade treina e acostuma a mulher a representar este papel. Removidos todos os problemas e resultados dolorosos da bebida, o alcoólico está convencido de que pode continuar a proceder da mesma maneira.Terceiro ato – aqui se manifesta maior a negação: o alcoólico nega a dependência, nega que a bebida lhe causa problemas, não reconhece que recebe ajuda, que poderá perder o emprego, e ter causado transtornos à família. Alguns se tornam mais fechados, recusando-se a qualquer diálogo. Como tem consciência de tudo que nega, de sua embriaguez, e de seu fracasso, sua culpa e remorso tornam-se insuportáveis. Apesar de todos os envolvidos assegurarem que não voltarão a ajudar ou tolerar a próxima crise, ele volta a beber, procurando o conforto e o bem estar que a bebida lhe proporciona, acreditando que conseguirá controlar a bebida e auferir os benefícios que acredita ter com ela.A recuperação deve começar no segundo ato – através de atitudes corretas, e com auxílio de pessoas que realmente conheçam bem o problema, é que o alcoólico pode ser recuperado, ou teremos de novo uma volta ao terceiro ato, e de novo ao primeiro, etc.
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