Reflexão acerca da uma citação de Saramago (texto expositivo-argumentativo)
(José Saramago)
Texto expositivo – argumentativo“Vendem-se as pessoas por pouco, venderem-se por pouco ou por muito não faz diferença, o mal não está em ser por tostão ou por milhão.”Levantado do ChãoJosé Saramago Escolhi esta frase, de José Saramago, para elaborar a minha reflexão uma vez que caracteriza muito bem a nossa sociedade, não só a do século XXI mas também a de grande parte dos séculos anteriores. O que o autor nos quer dizer com aquele excerto é que a nossa sociedade vive num mundo de interesses, é interesseira, materialista e oportunista, deixa-se iludir pelas aparências, prejudicando-se a si mesma e aos outros, passando por cima de tudo e todos, sem se dar de conta, por vezes, das consequências que daí advêm. Como é óbvio, quem sofre sempre mais com tudo isto são as classes mais baixas, que têm menos poder, o povo, sendo muitas vezes injustiçado só porque convém a algumas pessoas pertencentes a classes sociais superiores e mais fortes.José Saramago, ao referir que: “…o mal não está em ser por tostão ou por milhão.”, está a nos demonstrar que não é correcto as pessoas aceitarem fazer algo que não está certo, com o objectivo de ter algo em troca, e que irá ter como consequência prejudicar alguém injustamente, independentemente da quantia ou valor que está em jogo. A meu ver, o autor tem toda a razão, estou de acordo com a sua opinião, pois penso que uma pessoa deve de ser honesta e justa, o que implica que não aceite, por valor nenhum, se vender nem fazer nada que ponha em causa a sua honestidade e a justiça perante os outros. Recorrendo a Felizmente Há Luar!, temos como exemplo três personagens que se vendem. Uma delas é Vicente, que é um popular, que incrimina a própria classe a que pertence só para, em troca, ter um cargo como chefe de polícia, para subir na vida. As outras duas são Morais Sarmento e Andrade Corvo, dois oportunistas sem carácter, que acabam por denunciar o povo com o intuito de receberem em troca uma quantia em dinheiro. Um outro exemplo deste tipo de injustiças é a escravatura, pois pode-se considerarque os escravos são os injustiçados, sendo isso consequência dos interesses dos seus senhores, pertencentes a classes sociais mais elevadas. Saramago, através da sua citação, pretende levar-nos a reflectir acerca da importância que a honestidade, o carácter e a justiça representam na vida de todos nós.
Autora: Ana Luísa
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