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A Cidade dos Sonhos (filme) Parte 1
(David Lynch)

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Não raramente, Hollywood é objeto de discussão no cinema, seja em filmes produzidos em seus estúdios, seja em ciclos cinematográficos externos. Enquanto esta indústria foi se desenvolvendo, seu caráter empresarial lucrativo passou a ser prioritário, pondo em segundo plano a liberdade criativa dos profissionais do ramo. Este processo foi tema de alguns clássicos do cinema, sendo que a última grande obra a tocar no assunto foi, indiscutivelmente, A Cidade Dos Sonhos (Mulholland Dr.) de David Lynch.Considerado hermético, confuso, inconclusivo, vago e excessivamente alusivo pelo público em geral, trata-se de um filme que parte de uma idéia simples, explorada de forma sofisticada: o filme tem narração fragmentada, metáforas, intertextualidades, utiliza a metalinguagem e representações do subconsciente.Deve-se entender que o objetivo principal do filme é mostrar a opinião do diretor sobre a indústria cinematográfica hollywoodiana, logo, todos os recursos estéticos empregados por ele têm esse objetivo ou são relativos a temáticas próximas a esse universo.A história do filme é simples: A jovem Diane, após vencer um concurso de dança em sua pequena cidade natal, resolve ir para Hollywood para realizar seu sonho de ser uma famosa atriz. Lá, é entrevistada para um papel em um filme, e o perde para Camila Rhodes, uma bela e talentosa atriz que parece já possuir certo reconhecimento na indústria. Camila lhe ajuda fornecendo pequenos papés em seus filmes. Diane se apaixona por Camila, porém esta se demonstra cruelmente insensível e indiferente a ela ao fazer questão que Diane ficasse no set de filmagem enquanto beijava o diretor do filme. Diane, emocionalmente abalada pelas frustrações amorosas e profissionais, contrata um atirador para matar Camila. Ele a mata. Porém, Diane se arrepende e, profundamente culpada, se suicida. A morte conclui sua jornada em busca do sonho americano em uma indústria intolerante e impiedosa. Lynch evidencia, através de um um evento individual, características de um sistema ao qual ele mesmo já pertenceu. Nesta história fica claro o caráter descartável que as pessoas têm nessa indústria do cinema, além da facilidade com que a mesma destrói os sonhos que cria para as pessoas no mundo todo.A dificuldade que as pessoas têm para com esse filme está na distinção entre as duas narrativas paralelas construídas pelo diretor. Uma das narrativas é a triste história de Diane, que morre tentando realizar seu inocente sonho. A outra narrativa é um sonho que ela tem quando dorme num dado momento da história. O sonho ocupa a maioria da duração do filme, e é apresentado ao espectador antes da realidade. O filme já começa narrando o sonho, para só depois narrar o que acontece na vida de Diane.Como saber a partir de que ponto o que se vê é sonho e de que ponto é realidade? Existem demarcações precisas para separar as narrações: Nos primeiros minutos do filme há uma cena na qual assistimos à visão de Diane. Ela está em uma cama, e deita com a cabeça no travesseiro (a câmera literalmente se aproxima do travesseiro até encostá-lo). Lynch nos está avisando que, a partir de agora, tudo o que acontecer está sendo sonhado por Diane. A próxima demarcação, que indica o fim do sonho e o início da realidade, é a aparição do personagem Cowboy em seu quarto, dizendo que é "hora de acordar". Ou seja, a partir de então, até o final do filme, assistimos à realidade, que como já sabemos, é uma triste história.



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