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Terra em Transe (Voltaire x Rousseau)
(Hélio Schwartsman)

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Este artigo de Hélio Schwartsman foi publicado logo após o tsunami acontecido na Ásia em 2004, onde mais de 25 mil pessoas morreram, contudo, continua atualíssimo diante das grandes catástrofes que vêm assolando nosso planeta. E a filosofia, como fala o articulista, costuma emergir de onde menos se espera, até mesmo desses grandes desastres.
Dois dos maiores filósofos da França - Voltaire e Rousseau, tiveram uma célebre polêmica acerca do terremoto de Lisboa, de 1755, no qual 60 mil pessoas perderam a vida. Voltaire, então, escreveu seu - Poema sobre o Desastre de Lisboa - no qual questiona como um Deus benevolente e onipotente teria permitido tamanho desastre... Do autor de todo bem terá ele partido? questiona ele.
A contradição entre a idéia de um bem absoluto e o mal visível é conhecida desde a Antiguidade. A Epicuro atribui-se o seguinte dilema: se Deus é bom e onipotente, não poderia haver mal sobre a terra: havendo, ou Deus não quer acabar com o mal - e não é benevolente -, ou não pode fazê-lo - e não é onipotente.
Entretanto, quem leu o poema de Voltaire e não o aprovou foi Rousseau. A resposta veio sob a forma de carta - Lettre sur la Providence - que para isentar Deus e a natureza de toda culpa, prefere atribuí-la aos homens. Como observou Rousseau, não foi a natureza que, numa área relativamente exígua reuniu 20 mil casas de seis ou sete andares.
Scwartsman reconheceu méritos na leitura sociológica proposta por Rousseau, mas também dá razão a Voltaire. Fala não saber se foi um Deus benevolente e onipotente quem concebeu o mundo, mas se esse foi o melhor trabalho que Ele pôde realizar, é preciso, na melhor das hipóteses, rever os conceitos de benevolência e onipotência. No mais, diz ele, podemos imputar vários adjetivos à mãe natureza, mas, gentil não é um deles. Termos que a definem melhor são bruta, amoral e indiferente completa o autor.
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Só pra ser meio intrometida, pretensiosae diante de tudo o que estamos vendo os homens fazerem contra a natureza, dou bem mais razão a Rousseau do que a Voltaire (Eni Martin).



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