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Como desmascarar charlatães (ou: a retórica vista por dentro) - parte 4: a falsa descrição
(Pablo Silva Machado Bispo dos Santos)

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No quarto artigo desta série de resumos sobre alguns dos mais comuns truques sujos utilizados por charlatães para vencer uma discussão, apresento o que é chamado (por Chain Perelman, Aristóteles e Lucie Olbrecht-Tyteca) de argumento de falsa descrição. Na prática este argumento sofístico consiste em alguém ao ter seus argumentos refutados, e suas idéias falsas desmentidas perante a confrontação lógica, recorre a uma aparente descrição do que queria demonstrar como forma de mostrar que detém o conhecimento de como realizar aquilo a que se propõe. Tal truque arguentativo retira sua eficiência de uma aparência de segurança e de coerência lógica de uma descrição aparentemente muito coerente e verdadeira. Isto se deve ao fato de que, em uma descrição verdadeira, além de dizer o que vai ser feito, deve ser dito o como será feito algo, mas neste truque argumentativo, é exposto somente o que vai ser feito, e esta omissão do como vai ser feito no calor da discussão gera a ilusão de uma descrição completa quando na realidade é parcial. Mais uma vez retiro um exemplo que presenciei em uma discussão no shvoong. Após haver demonstrado a impossibilidade de um certo sujeito se igualar a dois importantes filósofos, e expor a todos os embustes de sua teoria da junção do corpo com a alma (não sem antes haver sofrido uma miríade de ataques e xingamentos), o dito sujeito então interrompeu a argumentação e disse: "é simples: você precisa apenas realizar a correção do sentimento via junção do sentimento com a racionalidade, e pronto! A alma se junta ao corpo e o paciente fica curado!". Dito desta forma parece realmente simples, e tal argumento teria realmente grande eficácia em muitos casos. O efeito causado por demonstração tão clara e segura seria suficiente para encerrar a discussão, mesmo que a demonstração do interlocutor fosse falsa. Mas como isto funciona? Seria um tipo de mágica. Na realidade não! O que ocorre neste truque argumentativo é uma descrição falsa. As descrições falsas são aquelas em que um indivíduo descreve o que supostamente deveria ser feito, mas em momento algum informa como deveria ser feito. E isto por uma razão simples: ou o sujeio não sabe como deveria ser feito, ou então se revelasse o como seria feito entraria em contradição com tudo o que expôs. Para se desembaraçar deste truque argumentativo basta uma pergunta dirigida ao replicante: como se faz isto que você descreve? Se o sujeito insistir em demonstrar o que se faz ao invés de mostrar como se faz, insista e diga que ele já explicou o que fazer, mas não como fazer. Em caso do sujeito tentar se evadir da discussão sem te responder à pergunta, exponha para oa auditório a farsa do replicante ao não responder como é que ele fazalgo que afirma ser do domínio de seu conhecimento.
Agradeço mais uma vez aos leitores destes modestos estudos, dedicados a Magnus Amaral Campos, que na tentativa de me atacar e denegrir fornece a todos o material de exemplos fraudulentos que jamais teria sido encontrado com tremenda facilidade em outro lugar, e muito menos produzidos em tamanha profusão pela mesma pessoa.



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