O Grande Botão Vermelho
(Diogo Mainardi)
Acredito não haver, pelo menos no Brasil, quem não conheça Diogo Mainardi, pelos seus polêmicos artigos publicados pela revista Veja e, até mesmo, os portugueses podem conhecê-lo, pois o mesmo faz parte dos participantes fixosdo programa Manhattan Connection que é levado em Portugal pelo GNT. Corajoso e duro em suas críticas ao atual governo federal, costuma, também, jogar suposições e, por isso, inúmeros processos contra ele estão correndo na Justiça brasileira. às vezes, entretanto, nos comove com seus artigos. Foi o que aconteceu com o publicado na revista Veja de 7 de março último. O filho mais velho de Diogo tem paralisia cerebral e o artigo mencionado gira em torno deste assunto. Conta ele que Neil Young, músico e compositor canadense, que fez sua carreira nos Estados Unidos, tem dois filhos, de duas mulheres diferentes, portadores de paralisia cerebral. Por isso, diz Diogo, ele é o chefe da tribo e até mesmo compôs a música T-Bone, em que durante mais de 9 minutos repete - Got mashed potatoe. Ain´t got T-Bone (Tenho purê de batatas. Não tenho bistecas), um verdadeiro hino à paralisia cerebral. A paralisia cerebral, diz o articulistra, é uma anomalia motora e por isso seu filho anda errado, pega errado, fala errado. O cérebro dá uma ordem, o corpo desobedece. Os filhos de Neil Young foram tratados pelo método Doman, um programa de terapia intensiva, desenvolvido na Filadélfia, Estados Unidos. Doze horas por dia de terapia caseira, sete dias por semana. Neil usou este método por 18 meses (período em que nem pode sair de casa), repetindo obcecadamente seua rotina de movimentos: batata/bisteca/batata/bisteca... Ao longo do tempo o método Doman foi perdendo adeptos. O conceito de que o uso contínuo podia moldar as características dos portadores de paralisia cerebral foi posto de lado. Era muita batata pra pouca bisteca. Neil, então, ao invés de adaptar seus filhos à realidade, começou a adaptar a realidade aos filhos. Como o cantor coleciona trens elétricos e as crianças eram incapazes de acionar os mesmos, Young criou um grande botão vermelho e acionando-o seus filhos podiam abrir as porteiras, engatar locomotivas, fazer o trem mudar de trilhos, soltar fumaça. Diogo termina dizendo que seu filho nunca se interessou por trens elétricos, mas que um grande botão vermelho é conectado diretamente nele. O menino o liga e desliga quando quer e o faz mudar de trilho, soltar fumaça e apitar. _______________________ Lembro-me, ainda, de outro comovente artigo de Diogo Mainardi - Meu pequeno Búlgaro - quando ele conta a seus leitores o nascimento do filho e do mesmo ser portador de paralisia cerebral. Dizem, por aqui, que Diogo é ácido, irresponsável, mas algumas pessoas a quem ele atingiu com seus artigos, usaram a anomalia de seu filho para atacá-lo. Entretanto, não foi só por ter achado o artigo acima digno de estar neste Shvoong que o resumi, mas também pra homenagear minha querida tia Náia, um tipo de mãe substituta, que já com seus mais de 80 anos, recortava todos os artigos de Mainardi e os guardava com o maior carinho. Ela o adorava! Uso os verbos no passado - recortava, adorava, porque ela já não está entre nós. Saudade, Náia.
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