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Como Desmascarar Charlatães (ou: A Retórica Vista Por Dentro) - Parte 2: O Argumento "ad Homini"
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No resumo anterior pudemos ver
um truque sujo utilizado profusamente nas discussões, o qual se chama argumento
de autoridade. Ainda que possa ser refutados facilmente por filósofos
ou por pessoas com algum conhecimento da retórica, frente ao público leigo, os
sujeitos que se utilizam de tais truques levam grande vantagem, pois estes
passam muitas vezes despercebidos no calor da discussão. Com esta preocupação
procuro desvendar alguns destes segredos e trazer ao leitor algumas
alternativas e defesas eficazes contra tal prática perversa e muitas vezes
cruel. No presente resumo irei apresentar outro destes truques, trazendo mais
uma vez exemplos retirados da experiência cotidiana (ocorridos aqui mesmo no
shvoong). Conforme vimos anteriormente o argumento de autoridade se baseia em uma
estratégia de auto-promoção por parte de um dos interlocutores, com vistas a
intidmidar um adversario que se impressiona com tal "demonsração de
poder". No truque chamado "argumento ad homini" (argumento ao
homem), o adversário ao perder todos os argumentos que demonstrariam sua tese,
desqualifica o seu interlocutor por meio de uma associação entre tal interlocutor
e alguma qualidade negativa(moral, psicológica ou física), supostamente
possuída por esta pessoa e atribuída pelo adeversário (sem necessariamente
existir tal qualidade). Darei um exemplo que ilustra o que pretendo demonstrar
a respeito do funcionamento deste truque. Estava eu em um debate sobre idéias
referentes à obra chamada Crítica da Razão Pura, cunhada por Immanuel Kant e
percebi que meu interlocutor colocava muitos conceitos errôneos da filosofia
Kantiana em seu resumo. Quando fui comentar, o autor, com medo de perder sua
falsa aura de sabedoria ao invés de tentar demonstrar em que eu havia errado
tentou me desqualificar, alcunhando-me de neurótico, e posteriormente de
psicopata. Eis um exemplo do que eu relatei antes:o charlatãona fuga da
discussão, tentou ofender o interlocutor como forma de demonstrar uma pretensa
superioridade sobre este interlocutor, já que o mesmo seria
"neurótico" e "psicopata", e portanto seus argumentos
(mesmo estando corretos) estariam impugnados. Após ver o truque, vejamos como
este funciona. Em uma discussão, quando os seus argumentos são incontestáveis,
e em um cenário em que você esperava uma tentativa de refutação, você recebe em
contrapartida uma ofensa, instantaneamente a reação instintiva seria a de
continuar ofendendo o ofensor, o que lhe daria uma grande vantagem, pois além
de disvirtuar o foco da discussão (que muitas vezes já estava perdida), o
ofensor arrasta a discussão para um debate acerca de qualificativos pessoais,
sendo que neste caso já estava preparado para tanto, levando o adversário (que
muitas vezes se irou com tal prática suja) a perder a discussão. Como devemos
porém evitar este truque sujo (mas que faz tantas vítimas ainda hoje)? O
correto é não reragir às provocações pessoais, quando dirigidas sob a forma de
ofensas e retomar o mais rápido possível o foco da discussão, ignorando a
tentativa de impugnação do adversário, o qual sob os olhos do auditório
começará a parecer desesperado, e poderá até mesmo acabar por se mostrar
descontrolado a ponto de expor características suas mas que foram atribuídas ao
adversário (como por exemplo: o caso do sujeito que me chamou de neurótico e
psicopata, e em seguida me dirigiu uma série de insultos como qualquer
psicopata ou neurótico faria). Espero ter ajudado a trazer às claras mais uma
fraude argumentativa. Agradeço mais uma vez a Magnus Amaral Campos, verdadeiro
manancial de exemplos vivos sobre como alguém usa a retórica para ratificar
pensamentos e argumentos fraudulentos. Sem o Sr. não seria possível tornar tão claro tais
truques aos leitores do shvoong.



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