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Autobiografia de um escritor: influências teóricas e temáticas
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Com o objetivo de trazer o leitor para o interior do “microcosmo de minha experiência pessoal” no que concerne à leitura e à escrita, vou inverter propositalmente a ordem por mim estabelecida, no que se refere aos elementos constitutivos das “influências teóricas” (obras, autores e temas). Assim, irei iniciar esta subseção tratando dos temas que mais influenciaram meu “modus operandi” em relação à leitura e à escrita. No que se refere aos temas que mais me chamaram a atenção, cabe distinguir três períodos cronológicos em minha trajetória: a) primeiro período: dos nove aos dezesseis anos, correspondente às quatro últimas séries do antigo primeiro grau; b) segundo período: dos dezesseis aos vinte anos, referente ao período que abrange os três primeiros anos do ensino médio mais um ano destinado à preparação para o exame vestibular; c) dos vinte e um até os vinte e sete anos, que tem a ver com o período do meu curso de graduação e o período em que me preparei para a prova de seleção do mestrado. Faz-se mister, antes de tratar das experiências de leitura e escrita correspondentes aos períodos de minha trajetória, explicitar que atribuo as mudanças relativas a tais períodos ao processo que Alberto Manguel (2003) designa como “leitura cumulativa”, no qual este autor indica que as leituras realizadas ao longo da vida abrem ao sujeito novas possibilidades no que se refere à escrita e à leitura. Igualmente, creio que as leituras realizadas ao longo de minha trajetória acabaram por engendrar mudanças no que se refere aos meus hábitos referentes à leitura e à escrita.
Após esta pausa, vamos ao primeiro período supracitado, no qual devo indicar que os temas mais recorrentes em minhas leituras eram os relativos a assuntos escolares, especialmente no que se referia às disciplinas de história, geografia e biologia. A esta época, eu escrevia muito pouco, e quando o fazia fora das atividades escolares, isto se dava com o objetivo de redigir cartas e bilhetes, sem muita atenção às técnicas empregadas para isso.
No tocante aos autores influenciadores desta primeira etapa de minha trajetória, destaco: Machado de Assis, Frei Betto e as histórias em quadrinhos cujo argumentista era Chris Claremont. Em relação às obras que mais me impressionaram, identifico: “Dom Casmurro” de Machado de Assis, o livro de Frei Betto chamado “OSPB” (relativo a esta disciplina escolar) e várias das revistas em quadrinhos da Marvel Comics (que preenchiam grande parte do meu tempo destinado à leitura). Conforme mencionado anteriormente, nesta fase eu lia muito mais do que escrevia, porém a minha escrita não deixava de estar influenciada pela maneira “exagerada” mediante a qual os textos de Chris Claremont (das revistas em quadrinhos) e Machado de Assis eram apresentados em suas respectivas obras, o que fazia com que meus escritos tivessem um tom que defino como “dramático e hiperbólico”.
O segundo período de minha trajetória é marcado pela preocupação em variar o escopo da leitura e modificar para melhor as técnicas de escrita por mim empregadas. Isto se deveu principalmente ao fato de que buscava me preparar para o exame vestibular. Deste modo, as leituras de histórias em quadrinhos foram significativamente reduzidas, passando minha atenção a se centrar sobre assuntos cada vez mais ligados às temáticas escolares alusivas à prova do vestibular. Data desta época, o interesse crescente pelo aprendizado da dimensão técnica das práticas de leitura e escrita. No que diz respeito aos autores que mais marraram este período, destaco: Blaise Pascal, com seu livro intitulado “Pensamentos” e Diógenes Magalhães, com o livro chamado “A redação numa perspectiva sociolingüística”. Cabe ainda ressaltar que, durante esse período, comecei a me interessar pela filosofia e pela história, de forma cada vez mais intensa, o que viria a marcar definitivamente minhas práticas de leitura e escrita.
O último dos três períodos de minha trajetória, analisado nesta subseção, diz respeito aos anos relativos à minha Graduação em Pedagogia e à preparação para a prova de Seleção do Mestrado em Educação. Neste período, pode-se dizer que a gama de temas de interesse sofre uma dupla modificação: a) por um lado, meu interesse passa a se focar prioritariamente em temas referentes à Educação e às Ciências Humanas em geral; b) no âmbito dos assuntos à Educação, passei a me interessar por Sociologia, Filosofia, História e Psicologia da Educação. Os autores que mais me impactaram foram: Ciro Flammarion Cardoso, com seu livro intitulado “Introdução aos estudos históricos”, Demerval Saviani com a obra denominada ‘Escola e Democracia”, Anísio Teixeira com o livro “Educação não é privilégio” e Pierre Bourdieu, com a ‘Reprodução”. Nesta época, pode-se dizer que comecei a adotar uma técnica própria de leitura, e igualmente deve ser destacado que as técnicas de escrita assimiladas mediante o estudo da ortografia e da gramática, se faziam presentes no que se refere às operações de revisão dos textos por mim escritos, especialmente aqueles relativos aos trabalhos acadêmicos apresentados à Universidade, bem como no tocante aos resumos que produzi como estratégia de preparação para a prova do Mestrado em Educação.
Finalizo esta subseção aduzindo que as “influências teóricas” ao longo de minha trajetória me condicionaram a: 1) internalizar práticas referentes ao modo como os autores lidos nestes três períodos lidavam com a questão do conhecimento (especialmente autores dos campos científico e filosófico), e da criatividade (notadamente os autores do campo literário); 2) externalizar práticas alusivas à disciplina de trabalho e à valoração da precisão escrita .



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