BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


Autobiografia de um leitor: influências práticas
()

Publicidade
Conforme mencionado anteriormente, nesta sub-seção irei tratar das “influências práticas”, relativas à minha relação com a escrita e com a leitura. Para tanto, irei me utilizar da mesma estratégia de periodização empregada na sub-seção que antecede a esta, enfocando, porém, as maneiras segundo as quais as normas técnicas e os estilos de leitura e escrita foram por mim internalizados, apropriados e externalizados em forma de práticas de leitura e escrita.
No primeiro período de minha trajetória, as normas gramaticais (até mesmo devido ao fato de estarmos tratando também do início de minha trajetória escolar) ainda estavam em um processo inicial de internalização, assim como a externalização de uma prática de leitura e escrita (principalmente no tocante à escrita) estava num estágio embrionário, por assim dizer. O estilo com o qual eu mais me identificava era o literário, e, procurava, nesta época, suplantar as deficiências ortográficas e de ordenação lógica da escrita, com o apelo a recursos expletivos, figuras de linguagem e outros dispositivos discursivos empregados principalmente em obras literárias. A meu ver, isto resultava na externalização de um estilo “híbrido”, cuja forma (eivada de deficiências lógicas e ortográficas) não se ajustava ao conteúdo (o qual eu pretendia que fosse “original” e “interessante’) dos textos por mim escritos”.
No que alude ao segundo período de minha trajetória, é correto afirmar que neste ocorreu o maior aprendizado das normas gramaticais, as quais passaram a ser empregadas com mais rigor na escrita. Isto em grande parte se deveu a meu esforço no sentido de reorientar minha prática de leitura, focando prioritariamente livros e autores que pudessem aprimorar meu conhecimento acerca das referidas normas, bem como também propiciar uma melhoria da qualidade dos meus textos no que diz respeito à sua estruturação formal. A esta época, passei a procurar desenvolver um estilo de escrita mais correto, porém deve se destacar que o estilo literário ainda influenciava bastante na composição de meus textos, e, se do ponto de vista de sua correção gramatical e ortográfica, parte das normas técnicas da gramática e da ortografia já haviam sido incorporadas, no que tange à estruturação textual e concatenação lógica das idéias, muito havia ainda a ser feito no que se relaciona à “internalização das técnicas” e à “externalização das práticas” de leitura e escrita.
Chego ao terceiro período de minha trajetória, neste, de modo semelhante ao que ocorreu no âmbito das “influências teóricas”, pode-se dizer que os aspectos que mais marcaram este período foram: a) a “internalização de técnicas” de coerência e estruturação textual; b) a busca de um estilo de redação baseado na tentativa de atender a imperativos de clareza, coesão e coerência. Em relação ao primeiro aspecto destacado, há que se ressaltar o papel fundamental desempenhado por livros de metodologia de pesquisa[1] e técnicas de retórica[2], no sentido de fornecerem a mim os fundamentos necessários para a produção de textos com pretensão de serem claros e coerentes, bem como possibilitarem igualmente uma ampliação do alcance de minhas possibilidades de leitura e compreensão de textos de cunho acadêmico-científicos e filosóficos. Assim, nesta etapa, ocorre o desenvolvimento de um estilo de escrita que tem como base a busca de um duplo aperfeiçoamento, seja quanto à forma (entendida pelos imperativos de respeito às normas gramaticais e ortográficas), seja quanto ao conteúdo (especialmente no que se relaciona à delimitação e à adequação das idéias a serem trabalhadas num texto).




[1] Como exemplo cito: ALVEZ-MAZZOTTI, A. J. & GEWANDSZNAJDER, F. o Método nas Ciências Naturais e Sociais. Campinas, Pioneira: 1997.

[2] Como exemplo de livro relativo a este assunto, menciono: PERELMAN,C. & OLBRECHTS-TYTECA, L. Tratado da Argumentação: a Nova Retórica. São Paulo, Martins Fontes, 2001.



Resumos Relacionados


- Autobiografia De Um Leitor: Influências Concretas E Materiais Sobre A Leitura E A Escrita

- Como Ler A Minha Autobiografia?

- Autobiografia De Um Escritor: Influências Teóricas E Temáticas

- Introdução à Retórica (2)

- A Gênese Pessoal Da Leitura: Uma Autobiografia



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia