Os chifres e as asas: esboço de uma análise fenomenológica
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Em várias culturas, de Assírios e Babilônios a Gregos e Chineses, os chifres e asas, muito mais do que partes de animais surgem como representações de forças, poderes e ações que vão muito além da mera visualização destes signos concretos. Utilizando como referência a poética do devaneio e a racionalização onírica de Gaston Bachelard (para maiores detalhes, ver os meus resumos sobre o tema aqui mesmo no shvoong), ensaio um esboço de interpretação do simbolismo oculto nos chifres e nas asas.[BR]Um fato que deve ser destacado logo deinício diz respeito à condição onírica do criador de símbolos. Em uma perspectiva fenomenológica bachelardiana, quem cria símbolos, tenta reter o movimento associado ao que eles querem codificiar na forma de um signo estático, estável o suficiente para que a ua visualização repetida possa trazer à memória o seu significado. Assim, para realizar análise desta monta se faz necessário procurar entender o movimento que subjaz ao próprio signo. Tal movimento é identificado ao definirmos a relação de cada signo com a horizontalidade e com a verticalidade, ou seja, as duas dimensões de orientação espacial mantidas pelo homem em seus sonhos. Deste modo, podemos chegar ao entendimento dos movimentos codificados em enorme gama de signos, especialmente nos ligados aos chifres e às asas.[BR]No que se refere ao simbolismo presente nos chifres, é correto afirmar que o movimento por eles codificado se apresenta sempre na horizontal, e utilizando um pequeno esforço comparativo nas mitologias em que estes elementos surgem como figuras centrais iremos perceber o papel dos chifres no que se refere ao movimento horizontal da vida prática e cotidiana. Um exemplo disso pode ser encontrado nos chifres do bezerro de ouro da narrativa mosaica. Tais chifres nada mais simbolizavam do que a necessidade de manter e abrir um espaço para o povo cultuador do ídolo, bem como uma extensão do alcance deste povo no que se refere ao desfrute das riquezas. Porquê afirmar isto? Porque nos estudos fenomenológicos do imaginário, ao contrário do que ocorre na ciência, a primeira imagem, a primeira experiência é que tem o valor absoluto.[BR]No que se refere ao simbolismo contido nas asas, iremos ver nelas sempre vetores ligados a mudanças de planos, estágios e estados de consciência. A asa do pé de Hermes/Mercúrio ilustra isto com perfeição. Graças ao vôo ascendente o Deus vence as barreiras gravitacionais em todos os planos e anda com a mesma liberdade tanto n Terra quanto no Hades ou no Olimpo. Por nosso turno, vemos sempre nos sonhos de vôo um tipo de devaneio que nos traz para a suprema elevação (ou a suprema queda), mas este devaneio ao contráirio do devaneio dos chifres que no fixa na terra para mirar o alvo, sempre nos faz romper com as amarras do cotidiano rumo ao desconhecido ou ao não usual.[BR]Desta forma, de maneira sintética pode-se dizer que chifres e asas representam duas potências mentais/esírituais do indivíduo: a inteli~gência prática (os chifres) e a imaginação criadora/meditativa (as asas), sempre prontas para ser postas em ação, mas nem sempre dispostas a ser dominadas por quem as possui.Escreva o seu resumo aqui.
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