A música de Carlos do Carmo
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Ouvimos Carlos do Carmo há já várias décadas. Passar aqui em revista os factos mais relevantes da carreira deste artista seria elaborar uma das mais ricas biografias de um artista da nossa terra. Prémios dos mais prestigiosos, criticas que representam das mais belas peças alguma vez escritas sobre um interprete, palcos dos mais sonantes pisados com um rigor e uma comunicabilidade ao mesmo tempo comovente e apelando à inteligência.
Ouvi-lo num desses palcos ou num simples palanque de uma aldeia é ficar com a certeza que não são os palcos que fazem os artistas mas o inverso. É aprender quando um artista sem falsos elitismos, pode cantar para as pessoas e não contra elas e como a nostalgia se transforma em esperança num hino à vida com pés na terra.
O género em que se notabilizou, o fado, e através do qual ficará para sempre como um dos melhores interpretes de todos os tempos, faz-nos reconciliar com essa canção tão mal tratada por tanta gente sendo afinal uma canção tão grata à maioria de nós. Da mesma forma que os Beatles não são culpados de tanta música má que ouvimos à qual põem os mais variados rótulos, Carlos do Carmo canta sem complexos o fado como expressão superior porque expressão popular.
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