As Crónicas da Margarida
(Margarida Rebelo Pinto)
Antes de mais, quero dizer que não acho Margarida Rebelo Pinto uma boa escritora. Não tenho nada contra a literatura "light" que pratica, mas mentiria se dissesse que me passa ao lado, porque não passa. Acho injusto que uma autora tão medíocre seja publicada (sabe-se lá à custa de quê ou de quem) e o único mérito que lhe reconheço é o facto de ter vendido (para meu espanto) tantos livros, o que pôs muitos portugueses a ler - ou assim espero. Margarida Rebelo Pinto é uma mulher insípida, com muito pouco para dizer de sensato ou digno de interesse (basta dar uma olhadela ao programa Rosa Choque; aquilo não é um grande programa, mas pelo menos as outras co-apresentadoras divertem-se, enquanto MRP conserva quase sempre uma expressão empedernida ou um mutismo antipático. Quer provar o quê, minha cara?). Adiante. Este livro reflecte bem a forma com MRP se vê e vê o mundo. Creio que foi descrito como uma recolha dos melhores pensamentos da dita senhora. Bem, posso dizer que o livro no seu todo espelha uma escrita oca e pretensiosa. O que se poderia esperar de uma autora tão popular que tanto aparece na televisão, "mandando de rajada" declarações peremptórias, com um visual muito estudado, ou nas revistas, para a qual é frequentemente solicitada a pronunciar-se sobre diversos assuntos, desde a qualidade de um restaurante aos melhores produtos cosméticos? Acho bem que ela consiga chegar às pessoas, que os seus livros conquistem mais leitores para as fileiras de amantes da escrita lusa, mas daí a dizer que é uma grande escritora, que os seus livros são excelentes (quando pouco mais fazem que mostrar um modo de vida e uma ideologia - da autora - que nada tem em comum com o cidadão anónimo), vão anos-luz. Este livro não é mais do que as vivências de uma mulher que se quer fazer passar por lutadora rebelde, que quer fazer passar a ideia de que se precisa de afirmar a cada passo que dá, qd na realidade é só fachada, pq esta senhora nunca teve de lutar por nada na vida (e irrita-me esse tipo de gente que não passou por necessidades mas que diz que teve uma vida difícil, para que os outros lhe prestem mais atenção ou lhe dêem mais crédito). Com isto tudo, foi mais uma apreciação à escrita de MRP do que às Crónicas da Margarida, mas se tivermos em conta que este livro é um espelho de reacções, opiniões e ideias da autora em, não é muito difícil de perceber que é um título onde a zombaria ao zé povinho (o episódio da esq. de polícia, por exemplo) é usada como afirmação de estatuto superior em vez de ser usada com humor e inteligência. Perdoem-me os admiradores e fãs de Margarida, mas é o que penso.
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