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Bento XVI – “Odres novos e vinho velho”
(Dennys Robson Girardi)

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“Não se põe vinho velho em odres novos; do contrário, rompem-se os odres, derrama-se o vinho, e os odres se perdem. Mas põe-se vinho novo em odres novos, e ambos se conservam” (MT 9,17).
Admira-nos a inteligência de Cristo. há dois mil anos já mostrava o problema que existe em tentar colocar algo do passado numa cultura futura. Ou seja, não é possível impor um pensamento arcaico para uma cultura moderna. De modo contrastante vemos a pressão da Igreja em forçar um retrocesso. Agora, o Papa Bento XVI lançou a Exortação Apostólica “Sacramentum Caritatis”, onde vem reafirmar o retrocesso do catolicismo. Tememos que todos os esforços do Concílio Vaticano II tenham sido em vão. Pois o “aggiornamento” proposto na época, com tentativa de oferecer “vinho novo para os odres novos”, faz um caminho de fechamento e retorno, corremos o risco de perder os odres e o vinho.
Além da “Sacramentum Caritatis” falar que o segundo casamento é uma “praga/chaga”, ela propõe o retorno da utilização do latim nas liturgias. Ou seja, a Igreja deu um grande passo à frente e agora, a cada novo dia, dá dois para trás. No documento anterior, o “Deus Caritas est”, o Papa já falou sobre o amor, teceu vários comentários sobre as várias formas de amar, mas também mostrou sua força conservadora quando se pronunciou sobre a atividade social desenvolvida pelos cristãos: “eles não se devem inspirar nas ideologias do melhoramento do mundo”. Isto é, para ele a ação social cristã não tem compromisso com o progresso da vida social, mas com a manutenção das classes pelo assistencialismo paternalista.
A igreja precisa ouvir seu fundador: “Vinho novo para odres novos”! Ela está fazendo uma opção clara pela manutenção dogmática de um poder moralizante que busca a reconstrução das instituições. Com este documento a igreja pretende reafirmar seu poderio moral, mesmo que para seus poucos fieis remanescentes.
O segundo casamento foi o ponto do “Sacramentum Caritatis” mais debatido na mídia. A questão do divórcio ainda é discutida pela Igreja Romana como tabu, mesmo sendo uma prática aceita durante antiguidade cristã e mantida até hoje pela ortodoxia católica.
Nos chama a atenção que esta postura gera um acelerado retrocesso. A grande proposta de uma igreja no mundo e para o mundo, defendida pelo Vaticano II, perde sua força. Entra em cena a proposta de uma igreja institucional e conservadora, girando sobre seu próprio eixo, não em função do mundo, mas de si.
Nesta postura, nos entristeceu o caso do teólogo Jon Sobrinho. Mais um grande pensador latino-americano caçado. O interessante é que ele foi caçado por ser criativo e renovador, por tentar “colocar vinho novo em odres novos”. Jon foi condenado por apresentar a humanidade de Cristo. o fato é que este teólogo não caiu em heresia, conseguiu fugir do docetismo (que defende Cristo como somente Deus) sem cair numa compreensão cristológica material. Conseguiu sim mostrar o Cristo encarnado, simples, pobre e maltrapilho, ou seja, um Cristo com o rosto Latino-americano.
De certo modo, a arcaica Roma Eterna não conseguiu perceber a “divindade na humanidade”, ela precisa ouvir seu fundador e aprender a colocar o “vinho novo em odres novos”. Pois só assim poderá reconhecer a ação dele nos meandros da história da humanidade.



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