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Swing - Sociedade do sexo livre
(Cabiria)

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Lendo um artigo (http://br.news.yahoo.com/061124/5/1bkx5.html ) sobre o “modismo” do swing em Cingapura (país considerado puritano, onde sexo oral é ilegal), comecei a refletir sobre algumas questões que envolvem essa prática cada vez mais difundida entre os casais ditos “modernos” (para alguns entusiastas, tais casais são “ultra modernos”, são mesmo o prenúncio do futuro dos relacionamentos conjugais). Dos hedonistas aos hippies, a idéia de liberdade sexual, inclusive para pessoas com comprometimento conjugal, sempre foi bastante difundida.Sabemos que a orgia remonta às tradições pagãs, aos sabath de feiticeiras, às festas em homenagem ao deus Baco e à colheita. Não obstante, desconfio que a idéia de swing, tal como a pensamos hoje - como prática sexual que envolve interação extraconjugal consentida e participativa - é um fenômeno moderno, que tem mais a ver com a tentativa de fuga dos controles libidinais impostos pelo trabalho, pela religião, pela família, pela sociedade moderna como um todo. Herbert Marcuse, em seu livro “Eros e Civilização”, diz que o controle das necessidades instintivas, tais como a libido, foi convertido, há muito tempo, em fator vital na reprodução do sistema. O adiamento do prazer em benefício do trabalho é característico desse sistema, pois é um sistema baseado em produção de mercadorias, as quais se traduzem em objetos da libido – quem nunca comprou algo só para suprir um sentimento de vazio, de frustração? Dessa forma, o controle libidinal seria condição sine qua non para o desenvolvimento da civilização contemporânea, e a expressão desse controle dar-se-ia principalmente no plano laboral. E isso está tão introjetado no Princípio da Realidade, que não faz sentido falar sobre libertação a homens que se pensam livres. Para Marcuse, a nova direção do progresso dependeria de uma “Sexualidade polimórfica”, que consistiria em ativas “necessidades orgânicas, biológicas, que se encontram reprimidas ou suspensas, isto é, fazer do corpo humano um instrumento de prazer e não de labuta.” (op.cit., p.16). Voltando à reflexão conceitual, o que diferencia swing de traição é o fator “consentimento” e o que diferencia isso de “cornisse mansa” é a “participação” (mesmo que apenas como testemunha ocular). Supomos que ninguém seja levado acorrentado para ser abatido em território alheio - ou vai por livre e espontânea vontade, ou porque acredita que é a única forma de garantir uma testa lisa. É claro que há todo um processo de convencimento de uma das partes (na maioria das vezes a parte masculina), há também um pouco de curiosidade, uma pitada de safadeza, um toque de estímulos midiáticos, e o velho e bom argumento biologicista de que isso é parte da natureza humana. Quem aposta na garantia de fidelidade que uma relação liberal pretende dar, argumenta que o princípio do swing é simples: para que o cônjuge não pule a cerca pelas suas costas, é melhor pular junto com ele, ao mesmo tempo e na mesma direção. Em que pese as possíveis situações de constrangimento e coerção, na maior parte das vezes o swing é expressão de um desejo de cumplicidade e sinceridade. E, para os mais pragmáticos, é também uma opção por amar sem hipocrisia. A difusão do swing como prática sexual segura e discreta, que traduz um estilo de vida moderno, também favorece sua aceitação no meio social em geral, e tenta garantir seu espaço entre os grupos minoritários e discriminados, mesmo sem levantar bandeiras, como acontece em outros grupos marginalizados, na sua luta por aceitação e direitos. Contudo, ainda é consenso entre os swingers a separação entre amigos “de fora” e de “dentro’, assim como a prática em lugares próprios para isso, como os clubes de swing. Um casal entrevistado acha que ver o parceiro com outra pessoa mantém o desejo. Para eles "É como olhar para um bolo e querer comê-lo". Ou pode ser também sentir vontade de comer o bolo só porque viu outra pessoa comendo. Outra frase interessante é a de um homem que pratica swing há 10 anos: “O swing tem tudo a ver com o sexo. É satisfazer a urgência de ter sexo casual e fazer isso com alguém com que você se sente confortável". E isso tem tudo a ver com o indivíduo moderno, já que nele permanece a necessidade de “sexo casual”, biologicamente explicável, diriam alguns, mas também socialmente construído, especialmente na mídia em geral, que nos transmite isso de forma massiva. Mas o interessante mesmo é a segunda parte, “fazer isso com alguém com que você se sente confortável”, o que é uma situação ambígua, pois é egoísta, porque você usa o outro para transar sem culpa com quem bem entender, mas é altruísta, já que você permite que seu parceiro/parceira, participe de um prazer que você poderia estar curtindo sozinho(a), e pior, “por trás” – é melhor explicar isso – enganando e mentindo para sua/seu companheiro(a). Ou seja, levando seu companheiro (a), o possível acusador vira cúmplice. A idéia é a de que não existe corno consentido. É apostar na liberdade como forma de se precaver de uma fuga inevitável. Resta saber se na prática é isso o que acontece, se a monogamia é realmente algo alheio à natureza humana devido ao desejo intrínseco que teríamos de variar de parceiros sexuais. Ou, se como acontece com os políticos, não adianta ter salário milionário, pois eles vão continuar roubando...



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