Morfologia e Fisiologia da Laringe – Parte 2
(Ana Celeste Ferreira)
CORDAS VOCAIS: As cordas vocais são constituídas por dois músculos, formando o esfíncter glótico. A glote é o espaço compreendido entre as cordas vocais quando estas se encontram afastadas. A face interna da laringe apresenta de cada lado, na zona média, duas pregas sobrepostas, dirigidas da frente para trás: as bandas ventriculares e as cordas vocais. É a camada interna dos músculos tiro-aritenoideus inferiores que forma as cordas vocais. As cordas vocais são ligamentos cobertos por mucosa. Entre ligamentos e mucosa existe um espaço virtual ou de “Reinke”. Estes tecidos são mantidos em posição por músculos que ou os constringem ou os tornam tensos, conforme a informação recebida. Os movimentos vibratórios de onda da mucosa dão-se horizontalmente, verticalmente, e com ondulação dos bordos. São fibras ligamentosas (Goertler, 1941) inseridas em forma de pente na laringe (estrutura que lhes confere resistência). Há anatomistas que apresentam outra versão, como “Oliveiros, 1965”, que considera que as fibras ligamentosas apresentam um ângulo diferente de inserção, sendo parte paralela ao ligamento vocal, e outra oblíqua. É a sua junção que impede a passagem do ar e o seu afastamento que permite a passagem do mesmo, quando não há fonação elas estão separadas. O espaço entre elas chama-se glote e tem uma forma triangular na fase respiratória. Durante a fonação elas não só se unem, como entram em tensão. São também designadas por “pregas vocálicas” ou “lábios vocais”. Só se tocam nos bordos internos livres, sendo a superfície de contacto ampla nos sons graves e laminar nos sons agudos.
BANDAS VENTRICULARES OU FALSAS CORDAS: Pregas situadas acima das cordas vocais que podem justapor-se em situações de exagerada e indevida intensidade sonora. O espaço entre as bandas ventriculares e as cordas vocais denomina-se ventrículo de Morgagni. Por vezes, em cantores profissionais (voz colocada), este espaço desaparece (de ambos os lados) nos sons de elevada frequência e intensidade, sendo evidente e grande nos sons de “falsete” e, em geral, nos sons de pequena intensidade.
GLOTE: Espaço compreendido entre as cordas vocais, e que é atravessado pelo ar nos percursos respiratórios.
EPIGLOTE: A epiglote funciona como uma válvula que fecha a laringe no momento da deglutição, subindo-a. Está ligada ao osso hióide por uma membrana e unida à língua de forma que todos os movimentos desta se repercutem nela. Estes movimentos difundem-se pelo resto da musculatura laríngea, à qual a epiglote está ligada. Assume várias posições segundo as diferentes vogais. Favorece o deslize dos alimentos até ao esófago protegendo a laringe, e actua como reflector sonoro. Tem a forma de uma pétala, é flexível e está situada na parte antero-superior da laringe, atrás da tiróide, passando-lhe acima. Está ligada à língua pelas pregas glosso-epiglóticas, e ao osso hióide pela membrana hio-epiglótica. Esta cartilagem constitui a “tampa” da laringe.
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