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Tsunamis no Brasil?
(Luís Henrique Tamura)

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Uma Tsunami pode ocorrer no Brasil? Em primeiro lugar precisamos saber exatamente o que é uma Tsunami. Tsunamis são denominações japonesas para um fenômeno bem conhecido pelos orientais devido à sua freqüência na costa de diversos países banhados pelo Oceano Pacífico. Vêm da denominação "Tsui"=grande e "Nami"=onda, também pode ser interpretado como maré grande, ou onda gigante. Elas ocorrem pela consequência direta de outro fenômeno registrado neste vasto oceano, como uma erupção vulcânica que proporcione desmoronamento de terrra, abalo sísmico na profundeza do oceano, ou até um meteoro que venha a cair no meio do oceano. Em qualquer destas situações, será gerada uma onda como conseqüência direta do fenômeno registrado, tal como o resultado que pode ser bem exemplificado pela experiência simples de uma bacia com água e uma pedra caindo na bacia. Serão geradas ondas que se dispersam à partir do ponto de origem com uma forma anelada que cresce em todas as direções. Mas aí é que está o segredo de uma Tsunami e as suas conseqüências que nem sempre são bem interpretadas. Estas ondas se dispersam de maneira multi-direcional, seguindo em todas as direções, mas a realidade fará com que ela venha a seguir acompanhando o sentido das correntes marinhas. Em razão do movimento da Terra de Oeste para Leste, todos os elementos físicos se desprendem no perímetro de giro, fazendo com que as correntes marinhas e as massas de ar sigam no sentido oposto pela inércia física, ou seja, as massas de ar e as correntes marinhas no hemisfério Norte seguirão em sentido horário e no hemisfério Sul anti-horário. É por este motivo que os furacões no hemisfério Norte giram no sentido anti-horário, pois quando do encontro entre duas massas de ar gigantescas como a que se apresenta sobre o Pacífico Norte e sobre o Atlântico Norte, temos uma terceira massa de ar que será gerada como um pião, girando em sentido contrário formando um furacão na América Central, ou quando uma massa de ar do Pacífico Norte encontra a massa de ar proveniente do Golfo do México, temos outras massas de ar formando Tornados nos EUA. No Brasil, a massa de ar do Pacífico Sul ao se encontrar com a massa de ar do Atlântico Sul, gera furacões, tornados ou ciclones que giram no sentido horário, mas nem por isso podem ser denominados "anti-ciclone" ou "anti-furacão". Todo furacão gira no sentido anti-horário no hemisfério Norte e horário no hemisfério Sul, se ocorrer no Brasil ou na Austrália, serão no sentido horário. As correntes marinhas também acompanham este movimento desde o perímetro de giro do planeta e em razão disso, a corrente marinha do Índico Norte, girando em sentido horário, fez com que o fenômeno ocorrido no Sul da Ásia tivesse seus resultados para toda aquela região, sem afetar a Austrália que estava muito próxima, mas no sentido oposto ao do movimento da corrente marinha. Enquanto isso, outras regiões mais distantes sofreram agravamentos e tragédias maiores como no Continente Africano, que estava na direção do movimento da corrente marinha e até registro na costa brasileira com as águas mais agitadas por meia hora, mais de uma semana depois do que o ocorrido na Ásia. Isto porque as ondas foram trazidas pela Corrente de Bengela que contorna o Sul da África e chocou-se contra o movimento da Corrente do Atlântico Sul que gira em sentido anti-horário e por isso também teve este atenuante favorecendo sua minimização na nossa costa.Deste modo, uma Tsunami pode ser gerada na Costa brasileira, mas dependerá do ponto de origem do fenômeno que vier a trazer seus resultados. Por exemplo, um terremoto ou um desmoronamento na proximidade com os Açores, ou a ilha da Madeira, pode trazer um Tsunami muito sério para o litoral nordestino, com particular agravamento para as cidades que vão desde as proximidades de Fortaleza até João Pessoa, tendo conseqüências também desastrosas mas em menor potencialidade para as cidades que vão desde Fortaleza até o Amapá e as cidades desde João Pessoa ao Sul até Maceió, pois do lado até o Amapá, o sentido de giro da corrente marinha tem potencialidade pouco menos intensa devido ao seu movimento em sentido anti-horário. Já as cidades que estão na segunda colocação até Maceió, sofreriam na mesma potencialidade das outras mencionadas até o Amapá, pois estão na trajetória do movimento de giro da corrente marinha do Atlântico Sul. A presença da ilha de Fernando de Noronha serve como certa proteção, ou atenuante para o fenômeno que venha neste sentido, mas esta ilha teria conseqüências absolutamente desastrosas e poderia ser literalmente varrida do mapa, sofrendo mudanças diretas em sua geografia perdendo parte significativa de seu território. Pela condição geográfica da costa brasileira, as cidades que vão desde a divisa entre Alagoas e Sergipe, estariam mais seguras do que Salvador, por exemplo.Neste sentido, o fenômeno poderia ser observado até a cidade de Cabo Frio no Rio de Janeiro, minimizando os efeitos para as cidades ao Sul desde a capital carioca. Eu arriscaria dizer que um fenômeno registrado na localidade mencionada, poderia causar efeitos em um nível de potencialidade em 100 para as cidades da posição 1 que vai de Fortaleza até João Pessoa, em 90 a 80 para as cidades da posição 2 que vão de Fortaleza até o Amapá, e de João Pessoa até as proximidades de Maceió, 70 a 60 de Aracaju até Vitória, 50 de Vitória até Cabo Frio, em 30 para as cidades de Saquarema-RJ até Santos-SP, 40 das cidades desde Peruíbe até o Rio Grande do Sul. Se o ponto de origem do fenômeno viesse das ilhas Malvinas, por exemplo, a situação seria potencialmente desastrosa para boa parte do litoral argentino, mas não traria efeito algum para a costa brasileira, visto que o sentido de giro da corrente do Atlântico Sul, faria desviar o sentido das ondas causando resultados para o litoral africano e não o brasileiro, como uma repetição do que ocorreu com a Austrália e o Tsunami no sul da Ásia. Também do mesmo modo, um terremoto no hemisfério Norte do Oceano Atlântico, não traria resultado algum para a costa brasileira, pois o movimento das águas se dividem literalmente no perímetro de giro na Corrente Equatorial de Centro. Ainda sobre as características de uma Tsunami sobre um litoral, ela pode devastar a costa de maneiras diferentes dependendo de ter ou não sofrido o seu rebento antes de chegar ao litoral. Isso porque, quando uma Tsunami avança pode elevar o seu nível durante o percurso e receber as águas do litoral fazendo elevar sua forma antes de atingir a costa. Se isso ocorrer, ela se elevará à níveis superiores ao que tínhamos inicialmente como elevação marinha formando uma crista de onda que acaba quebrando antes de chegar ao litoral. Neste quadro, pode chegar da forma como se apresentou no Sul da Ásia quando tinha pouco mais de um dois metros de altura, mas uma profundidade superior à 200 km.Em outras situações, ela pode se elevar ao atingir a costa e esta é a apresentação mais assustadora, pois confere a visão do recuo do litoral fazendo com que as águas sejam como que sugadas para dentro do oceano, deixemos de ouvir o som do oceano com um repentino silêncio, animais e aves em fuga, interagindo com a elevação da onda que pode atingir mais de 30 metros de altura (a ilha de Java conferiu ondas superiores à 40 m com a erupção do vulcão Krakatoa).(ver "El Mar" de Z. Romanovski/C. Francis Bceuf/J. Bourcart. Também "La Tierra nuestro Planeta" de L. Bertín e "Oceanos" de Karl K. Turekian)



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