Resumo de A pastinha desgovernada de Lula

O presidente não tem a menor idéia de onde começar, ou de onde acabar. Semana passada ameaçou os controladores de vôo de sérias e severas punições e ontem elogiou a atuação dos mesmos nos feriados da semana santa. Durante a crise que antecedeu os feriados, chegou a determinar o cancelamento de punições determinadas pelo comando da Aeronáutica. O pior de tudo isso é que essa história vem dos tempos tucanos de Fernando Henrique Cardoso, uma das várias bombas de efeito retardado que o ex-presidente deixou e o atual não soube desarmar. Pelo contrário, colocou dentro do Palácio e cismou que iria, ele próprio, atenuar o impacto das explosões. Afinal se trata de Lula o grande líder popular da América Latina. Está conseguindo o feito de transformar um país chamado Brasil noutro, chamado Roça de Cana. É preciso descobrir o que existe dentro da pasta de Lula. Como não é ele que carrega é possível que algum assessor tenha posto garrafas extras de etanol e o líder esteja perdido tomando gato por lebre. Ou então tirar as mesas de bilhar e sinuca do Planalto, se é que isso existe por lá. São sintomas claros de bolas mal encaçapadas e transformadas em um monte de imagens que, no caso dele, antes de serem pornográficas, como as do Zé Pastinha clássico, são miragens de um governo que não consegue descer a rampa em linha reta, que dirá subir. A conversa de tornar a candidatura Lula palatável às elites, invenção de José Dirceu desde 1998, agravada em 2002, transformou Lula também em ser domado por essas elites, a ponto de chamar usineiros de “heróis nacionais e mundiais”. Com toda a certeza estava incluindo o presidente da GOL, aquele que carrega trabalho escravo em sua pasta e uma grana misteriosa que serviu para comprar a VARIG. A diferença de Lula para o Zé Pastinha está no fato, é até elogioso ao presidente, que mesmo falando um monte de bobagens ele vai e fala e não some. Nem tem como, aliás. O Zé Pastinha não. Esconde, baixa os olhos, some, apressa o passo, fofoca, pega uma grana extra aqui e ali, faz-se de bondoso, respeitoso e de quem ajuda e deita e rola na pornografia que encerra tudo no “problema dela é um talão de cheques, o resto e pose”. Aprendeu isso em casa, viu isso em casa, agora fica difícil acreditar que tem gente que é diferente. Já Lula não aprendeu coisa alguma. Descolou-se do PT e ao declarar que quer conversar com a cúpula tucana está apenas sinalizando um acordo para salvar a pasta carregada de etanol e assegurar um candidato para 2010, que lhe garanta 2014. FHC tinha o mesmo plano, sonhava voltar nos braços do povo em 2006. Não sai nem na rua, corre o risco de tomar uns coques. Não vai demorar muito o dia que uma delegação de nobres parlamentares, na qual estará incluído Paulo Maluf, vai subir a rampa e dar um forte abraço no líder e proclamar suas virtudes e excelências na condução da Roça de Cana. GM, Mercedes, Ford, todas as montadoras que se cuidem, podem ser obrigadas a se adaptarem ao carro de boi. Isso se a Wells Fargo não cismar de vender umas diligências para modernizar a frota dos heróis usineiros. Como não dá para ressuscitar John Wayne, qualquer pistoleiro desses que tomam conta dos latifúndios serve para proteger os carregamentos de etanol que dona Miriam Leitão vai chamar de ingresso da Roça de Cana no século XXII. A primeira viagem fica conta da turma da “caravana da cidadania”. Aquela que inventou um monte de mentiras sobre o Porto de Paranaguá e depois teve que sentar em cima na justa e corajosa indignação do governador Roberto Requião. É preciso trocar a pastinha de Lula. Com urgência. Do contrário vira Zé Pastinha também. Pega mania de decoradores e festas natalinas regadas a fotos de celulares e montagens em mesas de sinuca. Vai ser a glória da DASLU. O outro não, nem DASLU e nem DASPU, só dos DOSPI (dos pilantras).

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