Esparta
(Portilho; Maycon)
A cidade de Esparta surgiu no século IX a.C, na região da Lacônia. Em plena época micénica havia ao sul do local onde nasceria Esparta dois centros urbanos, Amiclas e Terapne. No século X a.C. os Dórios invadiram a região. No século seguinte quatro aldeias da Lacónia uniram-se fundando Esparta. No século seguinte a cidade de Amiclas foi anexada.
Perante o problema gerado pelo aumento populacional e pela escassez de terra, Esparta optou pela via militar para solucionar a questão. Fundando apenas a colônia de Taranto ao sul da Itália, ao contrário de outras pólis gregas que recorreram à fundação de colônias. Esparta decidiu conquistar os territórios vizinhos, tendo conquistado toda planície da Lacónia no final do século VIII a.C..
Na luta pelo domínio no Peloponeso, Esparta teve como rival Argos, cidade do nordeste do Peloponeso.
Em 570 a.C. uma tentativa de conquista da Arcádia revelou-se um fracasso, tendo Esparta optado por alterar a sua política no sentido da diplomacia. Assim, Esparta ofereceu a outras localidades do Peloponeso a possibilidade de integrar uma liga por si liderada, a chamada Liga do Peloponeso. A maioria dos estados do Peloponeso integraria esta liga, com excepção de Argos.
Durante as Guerras Persas, Esparta liderou as forças que defenderam a Grécia em terra, enquanto que Atenas defendia pelo mar. Com o final da guerra, as relações com Atenas deterioraram-se, culminando na Guerra do Peloponeso (431-404 a.C.), que os Espartanos venceram.
Devida às sucessivas guerras, a educação espartana tinha características puramente militares, que recebia o nome técnico de agogê. O Estado detinha o poder militar, que o tornava obrigatório a todos os cidadãos. Valorizando a preparação física que visava fazer dos jovens bons soldados e incutir um sentimento patriótico. Nesse treinamento educacional eram muito importantes os treinamentos físicos, como salto, corrida, natação, lançamento de disco e dardo.
Quando nascia uma criança espartana, se fosse menino, pendurava-se na porta da casa um ramo de oliveira, se fosse menina, pendurava-se uma fita de lã. Havia rituais privados de purificação e reconhecimento da criança pelo pai, além de uma festa de nascimento conhecida como genetlia, na qual o recém-nascido recebia um nome e presentes de parentes e amigos.
Desde o nascimento e até à morte, o espartano pertencia ao estado. Os recém-nascidos eram examinados por um conselho de anciãos que ordenava eliminar os que fossem portadores de deficiência física ou mental ou não fossem suficientemente robustos.
A partir dos 7 anos, os pais não mais comandavam a educação dos filhos. As crianças eram entregues à orientação do Estado, que tinha professores especializados para esse fim. Os jovens viviam em pequenos grupos, levando vidas muito austeras, realizavam exercícios de treino com armas e aprendiam a tática de formação.
As mulheres recebiam educação semelhante à dos homens, participando dos torneios e atividades desportivas. O objetivo era dotá-las de um corpo forte e saudável para gerar filhos sadios e vigorosos. Também iam aos quartéis quando completavam 7 anos de idade para serem educadas e treinadas para a guerra mas dormiam em casa, onde recebiam da mãe aulas de educação sexual, assim que atingiam a chamada menarca (primeira menstruação).
Começavam a receber aulas práticas de sexo, para gerarem bons cidadãos para o estado, aulas onde se usavam escravos, com coito interrompido para não engravidarem de hilotas (escravos) e recebiam também uma educação mais avançada que a dos homens já que seriam elas que trabalhariam e cuidariam da casa enquanto seus maridos estivessem servindo ao exército.
A mulher espartana podia ter qualquer homem que quisesse, mesmo sendo casada, já que seus maridos ficavam até os 60 anos de idade servindo ao exército nos quartéis, e podia também requisitar o seu marido ao general do quartel.. Muitos filhos era sinal de vitalidade e força em Esparta, assim, quanto mais filhos a mulher tivesse, mais atraente ela seria, podendo engravidar de qualquer espartiata, mas o filho desta seria considerado filho do seu marido.
Em 1834 o governo do então reino da Grécia fundou a moderna cidade de Esparta, que ocupa parte da antiga Esparta e que é capital do departamento da Lacónia.
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