AGENTES SOCIALIZADORES COMO FATOR DE PROTEÇÃO DA CONDUTA DESVIANTE EM JOVENS.
(Nilton Soares Formiga)
O problema do comportamento delinqüente entre os jovens tem levado diversos estudiosos buscarem respostas quanto a origem deste tipo de fenômeno nas suas relações interpessoais, principalmente, aqueles que não estão institucionalizados ou que vivem em situação de risco ou sofrendo pena por um ato criminoso. Ao considerar que um jovem está inserido nesse tipo de fenômeno atribuem-se seus antecedentes as condutas anti-sociais e delitivas, salientando o comportamento transgressor, tendo em comum a interferência nos direitos e deveres das pessoas, ameaçando o bem-estar físico, social e psicológico. Para tanto, das variáveis personalísticas, sócio-demográficas as psicossociais (por exemplo, valores humanos) muito se tem indicado como solução teórica e de intervenção frente a esse problema na sociedade. Apesar de sua garantia explicativa, ainda é destacável o poder de instituições que apontam em direção do comportamento socialmente desejável, por exemplo, a família e a escola. Estas, por sua vez, na figura dos pais e/ou professores, são consideradas um continuum da socialização na transmissão de valores, normas e inibição de condutas de risco, acreditando que esses grupos são capazes de ensinar e formar os jovens na manutenção e estabilidade de condutas éticas, morais e valorativas. Assim, este processo pressupõe a construção de uma afiliação endogrupal, permitindo pensar numa proximidade e semelhança do jovem frente a identidade com esses pares (agentes socializadores) ao expressar afetiva, motivacional e comportamentalmente sua relação com eles (por exemplo, pai, mãe e professor). Com isso, aponta-se para uma consonância do compromisso convencional capaz de inibir as condutas de risco apartir da socialização com esses agentes. Desta maneira, em recente trabalho, Formiga e cols (2006), estudaram 901 jovens de ambos o sexos e idade acima de 16 anos, os quais responderam a escala de identidade com pares sócio-normativos (identificação com pai, mãe e professor) eCondutas anti-sociais e delitivas. Esses autores observaram que, quanto maior a identidade com pai, mãe e professores, menor a probabilidade de que os jovens apresentem condutas anti-sociais e delitivas; resultados estes demonstrados a partir dos betas regressivos negativos entre as variáveis. Como dado adicional, destacaram que a identidade entre esses pares (pai, mãe e professores) estiveram diretamente relacionadas, bem como, uma interdependência entre condutas anti-social e delitiva entre si. Desta maneira, além de corroborar estudos anteriores desenvolvido por Formiga (2005) em outras amostras com classes sociais diferentes, esses resultados permitem refletir que a aderência do jovem ao poder identitário frente esses pares sócio-normativos e seu papel social, além de direcioná-los para uma proteção e inibição de condutas delinqüentes, promoveria a qualidade das relações sociais entre eles, bem como, efetivando um apoio social entre família e escola.
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