Tsunami no Brasil II
(Luís Henrique Tamura)
Fenômeno deriva da palavra grega "phainomenon ": coisa que tem aspecto aparente, que aparece, que manifesta por si, o manifesto. A origem não soluciona, apenas denomina aquilo que não se pode interpretar, ou resolver. Diz-se que a coisa se manifestou. Quando denominamos fenômeno, admitimos nossa incapacidade em resolver. A obtenção de dados é a única forma plausível de interpretar suas atividades. Sua velocidade é descomunal, desloca acima de 650 km/h, não raros em 850 km/h ou mais. O deslocamento desta massa de água que tanto é elevada, quanto veloz e sua força de destruição não se compara com nenhuma forma de manifestação da natureza. Um furacão com velocidade superior à 250 km/h (F-5) provoca desastres inumeráveis, imaginemos um fenômeno com elemento físico a água (mais consistente e mais densa), velocidade três ou quatro vezes maior. Um tsunami ocorrido em 27/03/1964 em Kodiak no Alaska, lançou um trem carregado de minério de ferro à 400 metros e 10 metros acima do seu nível. Normalmente atingem o litoral com medidas em torno de 120 a 180 km de profundidade, duração de 15 min. e velocidade de 360 nós (650 km/h) com altura média em torno de 7 a 8 metros. Quando mais expressivo, tem mais de 500 km ou mais de 1.000 km, duração em torno de 2 horas, velocidade de 480 nós (890 km/h) e altura média acima de 10 ou 20 metros (quanto mais elevado mais forte e mais rápido). Muitas vezes não possuem mais de um ou dois metros nas águas profundas, sendo raramente percebidos, mas no litoral é que se desenvolvem "puxando" as águas das praias para golpear a costa com o impacto de sua força. A aplicação e uso desta denominação se deveu à influência oriental, por ser comum para os países do oriente, nas condições já tratadas que o favorecem. Por outro lado diferencia quando comparado com um maremoto, que possui relação intrínseca com o fenômeno que o proporciona, terremoto. Um Tsunami pode se originar à partir de qualquer adversidade que confira alteração nas águas oceânicas. A França está habituada a perceber ondas que atingem o seu litoral na forma de Tsunamis, porém muito menores, com apenas alguns centímetros ou poucos metros, mesmo quando dos abalos da ordem de 5 ou 6 graus na escala Richter no Oceano Atlântico, Mar Mediterrâneo ou América Central. Só ocorrem com ondas destrutivas com abalos acima de 8 graus e em pontos específicos do Atlântico Norte ou Mediterrâneo, sem o que, estes efeitos não são percebidos. Para entender a forma como podem se tornar devastadores, é preciso interpretar a origem, sendo um abalo sísmico, desmoronamento, queda de meteoro, etc. Pois será à partir do ponto de origem que teremos a relação de força a ser desenvolvida de acordo com o movimento da corrente marinha à que estiver diretamente relacionada. Se estiver no sentido oposto ao movimento de uma corrente circular, teremos localidades que serão diretamente afetadas e potencialmente devastadas, como recentemente nas ilhas Salomão. Se vier a ser no sentido de giro da corrente marinha, teremos a capacidade de desenvolvimento muito maior, abrangente como ocorreu no Sul da Ásia se alastrando para o Continente Africano, alterando o comportamento das águas da costa brasileira mais de uma semana após a tragédia inicial. É por estas características que temos de observar com atenção o local em que se desenvolva o fenômeno. Um fenômeno na costa brasileira só teria potencialidade destrutiva se tivesse formação desenvolvida à partir de pelo menos 500 km da costa. Pois se estiver mais distante, não afetará uma vez que o sentido de giro das águas do Atlântico Sul potencializariam o movimento das ondas em direção à costa antártica. Uma região brasileira desde o Sudeste ao Sul do país, só teria condições de sofrer com uma Tsunami, se este fenômeno iniciasse sua forma desde as proximidades com o litoral, sendo capacitado a devastar se estivesse formado à partir de um furacão categoria F-4 ou F-5 na costa do RS e e este fenômeno se desenvolvesse em direção à SC e RS, elevando o nível das águas oceânicas acima de 2 m. Já o litoral nordestino se apresenta mais vulnerável, por apresentar uma condição favorável ao sentido de giro das águas do Atlântico Sul que no sentido anti-horário, arremessariam as ondas em direção às suas praias podendo devastar cidades como Olinda e Recife. Vale lembrar as condições estáveis do soalho do Atlântico, diferentes das placas tectônicas do Índico e Pacífico.
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