O Príncipe
(Nicolau Maquiavel)
Incansavelmente discutido desde o
século XVI, quando foi publicado, O Príncipe é, incontestavelmente, um clássico
da literatura política e uma das mais difundidas concepções da Renascença.
O pequeno e profícuo manual de
conduta de um soberano encerra questões pragmáticas, tais como o tratamento aos
aliados e o cuidado com as finanças. Ambientou-se numa Itália onde o poder dos
governantes era por vezes ilegítimo e tirânico e o domínio dos príncipes vivia
sob constante ameaça.
Ilustrado com exemplos
detalhistas, o livro é composto de 26 capítulos importando a realidade do
Estado europeu, a exemplo de Por que os príncipes
da Itália perderam seus Estados ou, ainda, Os principados mistos, no qual apresenta as razões que levaram Luís
XII, rei de França, à ruína. Em outro momento, o autor adentra dilemas que
virão a ser os excertos mais estudados de todo o livro, originando célebres aforismos.
Crueldade ou compaixão? Amor ou medo? Enfim, são defeitos ou virtudes as
qualidades imprescindíveis à arte de governar?
É aprazível
ser adorado, diz ele, mas, em sua impossibilidade, é preciso ser temido. A
imagem do príncipe não se deve expor a arranhões; tarefa mais grata é governar
um povo que sequer cogita se revoltar. É por tanto que surge o rifão “deve-se
fazer o mal todo de uma vez e o bem aos poucos”.
Até mesmo no âmbito da sintaxe, o
texto beirou o revolucionário. Adverso da prosa itálica usual, o estilo
empregado no guia de governo é caracterizado pela rapidez do raciocínio, a
fluência vertiginosa das idéias e a semelhança a um diálogo fecundo com o
leitor.
O compêndio ofertado a Lourenço
de Médici, na pretensão de obter favores, traz uma análise empírica dos
negócios públicos e demonstra como o príncipe deve proceder, acima de qualquer
coisa, em prol da manutenção de sua autoridade perpétua.
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- Maquiavel
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