O Pequeno Príncipe
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O papel do agrônomo na afirmação da agricultura sustentável
Antes de mais nada, é importante entender o que vem a ser crescimento e
desenvolvimento sustentável, termos que, corriqueiramente, são
utilizados como sinônimos. O primeiro significa “aumentar naturalmente
de tamanho pela adição de material por meio de assimilação ou
acréscimo”, ou seja, tornar cada vez maior o ecossistema até atingir um
máximo de 100%. Já o segundo, que é uma adaptação feita pela sociedade,
significa “expandir ou realizar as potencialidades; levar gradualmente
um estado mais pleno, maior ou melhor”. Feitas essas considerações,
devemos, agora, compreender a partir de quando surgiu a necessidade de
pensarmos na questão do desenvolvimento.
Entre os fatores que levaram a disseminação desse pensamento
destacam-se a “Revolução Verde” que apenas se constituiu numa
estratégia de marketing disfarçada, lançada pelo então presidente
norte-americano Jonh Kenedy, em 1962, ou, em outras palavras, uma
criação do primeiro mundo para o terceiro mundo que visava
especialmente a venda de produtos tecnificados e a expansão de
fronteiras agrícolas em todo o planeta, culminando no Brasil com a
vinda, por exemplo, dos sulistas para o Piauí e o Maranhão (empresários
da agricultura). Tal política se processou por intermédio de uma falsa
alegação ideológica, segundo a qual , o problema da fome mundial seria
resolvido graças a esta tecnificação em massa da agricultura.
Com o advento dessa “nova agricultura”, dita convencional e de história
recente, não mais de cinqüenta anos de introdução, houve muitos danos
diretos ao meio ambiente, principalmente aos solos, como: compactação,
redução da atividade microbiana, erosão dos solos provocada pelas
monoculturas e pelos desmatamentos, e, diretamente ao homem, pelo
excesso de agrotóxicos utilizados nas lavouras agrícolas.
Essa agricultura agressiva está sendo substituída, paulatinamente, por
uma agricultura sustentável e a sociedade vem dando claras respostas a
esse fenômeno, como é o caso da Comunidade Européia e a China, países
que, engajados politicamente nesta luta, não compram organismos
geneticamente modificados (transgênicos). As exportações de produtos
agrícolas, conseqüentemente, encontram-se atualmente em uma fase de
transição, verificada através das exigências de certificações
internacionais, que devem ter como pré-requisitos o manejo integrado e
ecológico de pragas, uso de adubos orgânicos, e a obrigatoriedade,
segundo critérios ambientais e sociais, de promover o reflorestamento
das áreas e a não utilização de mão-de-obra infantil.
Muitos profissionais que se opõem a esta nova concepção de agricultura,
infelizmente, apregoam escandalosas falácias e chegam, inclusive, a
afirmar que a agricultura convencional, com seus agrotóxicos e
monoculturas, é um mal necessário para alimentação global. Ora,
trata-se de uma inverdade, uma vez que a produção de alimentos no mundo
atende perfeitamente a demanda da população, embora tenhamos a nítida
sensação de que ocorre justamente o contrário. Na verdade, há uma má
distribuição dos alimentos e com o advento dessa agricultura a relação
entre as pessoas que passavam fome e as que se alimentavam era
significativamente muito menor do que hoje, mesmo com toda a tecnologia
atual. Isto é, anteriormente menos pessoas passavam fome do que em
nossos dias. Torna-se imprescindível, para a mudança completa desse
quadro, o desenvolvimento por parte da população em geral de uma
consciência ambiental, que deva ser precedida de uma consciência
política para entendermos tudo que nos rodeia. Nos países
desenvolvidos, por exemplo, as áreas florestais foram praticamente
dizimadas, fundamentalmente, pela extração de riquezas minerais e esses
mesmos países defendem agora que a floresta amazônica não seja
utilizada? Por quê? Será que se com um manejo agroflorestal
,comprovadamente viável e acima de tudo sustentável, não podemos
trabalhar na nossa floresta? Ou será que se deve ser estimulada a
permanência da biopirataria e a cobrança de royaltes para se processar
produtos de origem vegetal genuinamente brasileiros?
É necessário, ainda, que pratiquemos, de fato, uma agricultura
sustentável, pois os recursos naturais dependem exclusivamente de como
os tratamos, e isto não pode ser reduzido a uma mera questão de
“ambientalismo xiita”, e sim de uma visão mais humanista e solidária.
Afinal de contas, que tipo de ambiente você deseja deixar para seus
descendentes?
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