Aprender a Viver
(Luc Ferry)
Aprender a Viver, do filósofo francês Luc Ferry, é um livro de divulgação filosófica (sucesso de venda), que discute de forma acessível, mas séria, autores como Nietzsche, Husserl e Heidegger. O desejo do autor de ampliar a audiência da filosofia vem desde os anos 70, quando Ferry dava conferências públicas sobre o tema. Ferry teve uma breve passagem pela política francesa, como ministro da Educação do governo conservador de Jacques Chirac, quando enfrentou intermináveis greves de professores e causou polêmica ao impor a proibição de símbolos religiosos nas escolas francesas, incluindo o lenço que o islamismo tradicional prescreve para as mulheres. O autor não é o único nem o primeiro que tenta popularizar a filosofia, entretanto, este é o primeiro livro que explica sistematicamente o pensamento dos autores abordados. Ferry acredita que o sucesso de seu livro se explica pela premência que ele confere às idéias filosóficas: -A obra demonstra que a filosofia não é um mero exercício de reflexão crítica. É uma busca de saúde, da vida boa, uma tentativa de salvar nossa própria pele, diz ele. Salvação é a palavra-chave do livro, pois a filosofia, na visão de Ferry, é uma alternativa laica à religião: busca respostas para a angústia fundamental que todo ser humano tem ao tomar consciência de sua irremediável finitude. O livro Aprender a Viver investiga as respostas que diferentes escolas filosóficas deram a esse problema (salvação da própria pele), encerrando-se com a alternativa do próprio Ferry com sua proposta, talvez excessivamente otimista, de um novo humanismo secular, que supere os becos sem saída construídos pela dúvida radical de pensadores, como o alemão Friedrich Nietzsche . Aprender a Viver é voltado especificamente para o leigo e, em particular, ao leitor jovem. O título que parece ser de auto-ajuda, tem apelo inegável que deve ter contribuído para o sucesso da obra e promete mais do que o livro pode dar. A busca da vida boa, virtuosa, é de fato uma ambição ancestral dos filósofos, entretanto qualquer resposta será sempre provisória e insuficiente. O entusiasmo de Ferry por seu humanismo secular não basta para matar a charada dessa esfinge antiga. (artigo de Jerônimo Teixeira, resumo Eni Martin).
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