QUANDO COMEÇA A VIDA?
(Diego Escosteguy; Ricardo Brito;)
Juntamente com as promissoras pesquisas em que se usam as células-tronco retorna a pergunta: - Quando se inicia a vida? A resposta adentra num árido debate filosófico e moral que nem mesmo os grandes pensadores da humanidade conseguiram resolver. A definição sobre o começo da vida humana varia conforme convicções morais, religiosas, científicas, filosóficas, jurídicas. Confira, a seguir, as principais etapas do desenvolvimento do ser humano e os defensores que acreditam ser nelas o início da vida. FECUNDAÇÃO: quando o espermatozóide penetra no óvulo formando o embrião que carrega toda a carga genética do futuro ser humano. (Defensores: católicos e protestantes acreditam que a vida começa na fecundação. Na embriologia, ciência que estuda o desenvolvimento do embrião, essa visão também é predominante, assim como o era para os filósofos pitagóricos da Grécia). NIDAÇÃO: é o momento em que o óvulo fecundado se fixa à parede do útero. Etapa que ocorre entre o quinto e o sexto dia após a fecundação. (Defensores: parte dos geneticistas e fisiologistas, pois é a partir dessa etapa que o embrião tem condições reais de se desenvolver). DUAS SEMANAS: quando o embrião acelera sua reprodução e começam os primeiros vestígios da formação dos órgãos, inclusive do sistema nervoso. (Defensores: a maioria dos neurocientistas e juristas. Como uma pessoa morre quando seu cérebro pára de funcionar, por analogia, só passa a existir quando o cérebro inicia sua formação). 8 A 16 SEMANAS: período em que o embrião vira feto, com o aparecimento de membros e órgãos.(Defensores: para o islamismo a vida começa na 16ª. Semana, que é quando o ser humano adquire uma alma). 27 SEMANAS: por volta dessa etapa que o feto começa a ter sensações, como a dor. (Defensores: uma corrente de neurocientistas acredita que o começo das sensações só é possível com um cérebro mais desenvolvido e é o que demarca o início da vida humana). NASCIMENTO: em condições normais, o bebê nasce depois de nove meses de gestação, mas com o avanço da medicina já existem casos de bebês que sobreviveram ao nascer com menos de seis meses. (Defensores: os filósofos estóicos da Grécia antiga, sendo que essa é a mesma concepção de parcela expressiva do pensamento judaico. Para alguns juristas, só ao nascer o bebê adquire os direitos garantidos pela Constituição). O filósofo Peter Singer, da Universidade Princeton, um dos maiores estudiosos das implicações éticas da pesquisa com células-tronco, acredita que a pergunta moral a ser feita não é quando começa a vida, mas quando – e se – o embrião ou o feto alcança o mesmo status moral de uma pessoa e conclui dizendo que um feto ou embrião nunca terá a mesma importância de uma pessoa, pois o que define uma pessoa é a consciência e noção de futuro e eles não o têm. Paradoxalmente, o avanço do conhecimento humano ao invés de facilitar o entendimento sobre o começo da vida, tornou-o mais complexo.
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