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Segredos da Voz - Hormonas e Fonação
(Manuela de Sá)

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Cap. IX – ACÇÃO DAS HORMONAS NA FONAÇÃO.
Todas as hormonas de todas as glândulas influenciam a laringe e a fonação. A actividade vocal depende da excitabilidade nervosa, que por sua vez depende da actividade hormonal responsável pelo metabolismo ou localizações dos iões intervenientes na actividade nervosa. Se houver desequilíbrio (excesso ou falta) de iões de sódio, potássio ou cálcio, a actividade muscular sofrerá com isso. Como a voz depende de acções musculares, um estado de astenia ou de hipertímia é condicionante da actividade vocal.
MUDANÇA DE VOZ: Dá-se na puberdade, mais cedo e mais discretamente nas raparigas que nos rapazes. Esta modificação é condicionada pelas condições climáticas. A grande mudança na voz da mulher dar-se-á na menopausa. O desenvolvimento das cartilagens da laringe e das cordas vocais está intimamente ligado ao funcionamento das gónadas ou glândulas sexuais. Parado o crescimento sexual, por ablação dos testículos (no caso dos castrados), a voz permanece aguda. Se a extracção for posterior à mudança já não se dão transformações na laringe. Doentes masculinos tratados com hormonas femininas apresentam sinais femininos vocais, e vice-versa nas mulheres que apresentam “voz de peito” quando tratadas com hormonas masculinas.
CASOS PARTICULARES NA MUDANÇA DE VOZ: A mudança precoce geralmente tem como origem problemas tumorais nas glândulas córtico-suprarrenais, nos ovários ou testículos. Existem cantores como Melchissédec e Caruso que sofrem de hiper-suprarrenalismo, ou hiper-funcionalismo da suprarrenal, que lhes aporta uma infatigabilidade, impetuosidade, pujança, bruscas variações de tensão arterial e enxaquecas (decorrentes do aumento da adrenalina). As mudanças tardias e incompletas surgem quando existe um desequilíbrio entre o crescimento físico e emocional do adolescente. Podem observar-se alterações hormonais (insuficiência da glândula tiroideia ou da suprarrenal, eunuquismo, distrofia adiposo-hipo-genital), conflitos de relação e não-aceitação do novo EU. Nos pequenos cantores pode eventualmente ser penoso o abandono da voz de cabeça em prol do registo de peito. Noutras situações, a partir dos 20-25 anos e completado o desenvolvimento laríngeo, subsiste um comportamento vocal imaturo por razões endócrinas e/ou neuro-psíquicas como homosexualidade, timidez exagerada ou recusa de abandono da postura vocal infantil.
DESENVOLVIMENTO DA LARINGE DA ADOLESCÊNCIA À IDADE ADULTA: Na passagem da adolescência à idade adulta, a endo-mucosa laríngea sofre alterações, as cordas vocais tornam-se encorpadas e opacas, a laringe desce, as cordas vocais alongam, a cartilagem tiróide modifica o seu ângulo interno, a epiglote alarga e achata e a voz; em consequência, baixa de frequência fundamental de cerca de uma oitava para o homem e de uma terceira para a mulher. Após esta fase as cartilagens iniciam a sua ossificação. A laringe de um cantor vai-se desenvolvendo de acordo com a sua actividade vocal. Todo o conjunto de baro e mecano receptores laríngeos apuram a sua acção ao longo de anos de treino. O desenvolvimento é considerável nos cantores profissionais e noutras pessoas cuja actividade implica o uso insistente da voz (Jacobson, 1993). Este desenvolvimento nos cantores continua durante toda a sua carreira. Na base do trabalho vocal está a intensificação do trabalho do “Vago”: a actividade vocal leva a intensificação da actividade do “vago” que leva a aceleração das trocas metabólicas ao nível das fibras musculares laríngeas que conduz a um desenvolvimento muscular local acelerado. Este desenvolvimento laríngeo é concomitante com o desenvolvimento somato-trópico (relativo ao crescimento) do resto do organismo.
DISTÚRBIOS VOCAIS HORMONAIS NA MULHER ADULTA: Antes e durante a menstruação, os tecidos sofrem alterações. Há retenção de líquidos e maior permeabilidade dos vasos sanguíneos. Há quem não assinale alterações vocais e há quem, pelo contrário, registe incómodos como: sensação de secura, ardor, sensação de inchaço e de pressão, diminuição do rendimento respiratório e do apoio, dificuldade em modular timbricamente e em dinâmica, menos brilho, dificuldade nos agudos. Estes sintomas têm explicação fisiológica, já que a mucosa endo-laríngea está menos lubrificada, as cordas vocais estão entumescidas e mais avermelhadas, factores que reduzem substancialmente a firmeza do esfíncter glótico.
ENVELHECIMENTO DA VOZ: Depois da idade adulta, todo o corpo sofre perda de rendimento: as expansões torácico-abdominais diminuem; o processo cartilaginoso conclui a ossificação; as glândulas mucosas situadas no ventrículo diminuem as secreções (como as cordas vocais não têm glândulas, são estas que habitualmente as lubrificam), e isto provoca secura da mucosa das cordas vocais; o músculo vocal atrofia; a faringe alarga e perde firmeza. Todo o processo interveniente na voz fica mais flácido devido às alterações hormonais. Nalguns casos é impossível manter um agudo, e aparece o trémulo. Por redução de tensão as cordas vocais apresentam glote ovalar com consequente diminuição da rentabilidade expiratória.



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