Ópera: G. Verdi - Nabucco
(Site Rádio Antena2)
SINOPSE: “Nabucco” de Giuseppe Verdi (Roncole, 9 ou 10 de Outubro de 1813 – Milão, 27 de Janeiro de 1901. Terceira ópera do compositor, então com 28 anos. Libreto de Tomestocle Solera, da peça de A. Anicet-Bourgeois e F. Cornu e do bailado de A. Cortesi. Estreia em Milão no Teatro alla Scala, a 9 Março 1842.
Personagens: Riccardo, Conde de Salinguerra / Cuniza / Ezzelino Romano / Oberto, Conde de São Bonifácio / Leonora / Imelda.
Antecedentes: A noite de 9 de Março de 1842 iria ser decisiva para que o seu compositor fosse considerado universalmente como o maior autor de óperas da Itália, e um verdadeiro ídolo do povo italiano. Passados 60 anos sobre essa estreia memorável toda a população de Milão saiu para a rua para acompanhar o cortejo dos restos mortais de Verdi para a sua última morada. Durante esse cortejo, no qual se incorporaram o coro e a orquestra do Scala, a multidão entoaria um trecho dessa ópera estreada nesse longínquo Carnaval de 1842, e cujas palavras ganhavam uma nova carga simbólica. Falamos do famoso coro dos escravos, e a ópera era a "Nabucco". A sua estreia ultrapassou todas as expectativas: o elenco era excelente, com Ronconi no papel de Nabucco e com Giuseppina Streppone no de Abigaïl. À parte isso o teatro não tivera grandes preocupações com os cenários ou o guarda-roupa, mas o sucesso da ópera foi tão grande que não teria apenas as 8 representações previstas para essa temporada, mas regressaria acabando por bater todos os recordes do Scala com um total de 67 representações. Durante esse período a ópera adquire o seu título definitivo abreviado, "Nabucco", já que o título original era "Nabuccodonosor".
RESUMO: A acção desenrola-se durante o reinado de Nabuccodonosor II Rei da Babilónia que subiu ao poder 605 anos antes de Cristo, e que foi o responsável pela reconstrução da cidade considerada uma das 7 Maravilhas do Mundo. Cerca de 20 anos depois de ter sido coroado, Nabuccodonosor parte à conquista das terras de Judá, destruindo o Templo de Salomão e fazendo numerosos prisioneiros que leva consigo para a Babilónia como escravos. A 1ª parte da ópera relata precisamente a invasão de Jerusalém e a destruição do Templo de Salomão – lugar onde a acção se desenrola. Durante a sua estadia na Babilónia, onde fora embaixador, Ismael, filho do Rei dos Hebreus, apaixonara-se por Fenena, filha de Nabuccodonosor. Fenena tem uma irmã, Abigaïl, que também ama Ismael sem ser correspondida.
PRIMEIRO ACTO: Quando a acção se inicia as tropas babilónicas já estão às portas da cidade. Os primeiros a chegar ao Templo são um grupo de Soldados disfarçados de hebreus e comandados por Abigaïl que, ao desejo de conquista junta o desejo de vingança. Ao ver Ismael lança-lhe um desafio, dizendo que poupará o povo de Judá se ele aceitar o seu amor – o que Ismael recusa reafirmando o seu amor por Fenena. Nabuccodonosor entra a cavalo no Templo, e, ao vê-lo, o Sumo-Sacerdote Zacarias ameaça matar Fenena, filha do Rei da Babilónia, se ele não desistir dos seus intentos. Nabuccodonosor desce do cavalo numa atitude aparentemente conciliatória, mas acaba por ordenar a destruição do Templo.
SEGUNDO ACTO: A 2ª parte da ópera tem o título de “O Ímpio”, que simboliza a intenção blasfema de Nabuccodonosor se auto-proclamar deus. A acção desenrola-se na Babilónia, para onde numerosos hebreus foram levados na condição de escravos. Nabuccodonosor deixou a cidade entregando o governo à sua filha Fenena. Roída de inveja, Abigaïl põe a saque o palácio acabando por descobrir um documento que prova que ela não é filha do Rei mas sim uma escrava que ele adoptara. O Sumo Sacerdote de Baal vem procurá-la para a informar que Fenena começou a libertar os escravos hebreus. Com o apoio do Sumo Sacerdote, Abigaïl planeia então tomar o Poder. Durante a noite, Zacarias, Sumo Sacerdote Hebreu, procura Fenena nos seus aposentos para a converter ao judaísmo. No palácio reúnem-se os levitas na mesma altura em que Ismael se apresenta em busca de perdão: fora ele que impedira Zacarias de matar Fenena aquando da invasão do Templo. Zacarias surge com a sua irmã Anna e com Fenena anunciando a conversão da princesa, na mesma altura em que um mensageiro anuncia a morte de Nabuccodonosor, dizendo que o povo apoia Abigaïl como sua sucessora. Só que a morte do soberano é falsa, e Nabuccodonosor aparece no momento em que Abigaïl se prepara para assumir o Poder. Então o Rei anuncia renunciar ao deus Baal proclamando a sua própria condição divina. Quando Nabuccodonosor ordena que todos se inclinem para o adorar ouve-se um trovão terrível que lhe arranca misteriosamente a coroa. Zacarias exclama que os céus puniram o blasfemo, e afirma que o Rei está louco. Aproveitando a confusão, Abigaïl apodera-se da coroa dizendo que o povo de Baal não irá perder a sua grandeza.
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