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Fedon
(Platão)

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O diálogo Fédon[1] passa-se na prisão de Atenas, onde Sócrates aguardou sua execução após sua condenação[2] pelos atenienses. Este diálogo retrata as últimas horas de Sócrates, e sua preparação para tomar cicuta[3]. Havia muitos amigos de Sócrates presentes neste momento retratado pelo diálogo, tais como: Apolodoro, Critóbulo, Críton, Hermógenes, Epígenes, Esquines, Antístenes, Equécrates, Ctesipo, Menexeno, Símias, Cebes, Faedonde, Euclides, Terpsion e Fédon. Mesmo Sócrates tendo vários interlocutores, somente dois são de importância neste diálogo, Cebes e Símias.
Platão, aproveitando o contexto, utiliza este diálogo para tratar o tema da morte. Mais especificamente, Platão discorre neste diálogo acerca da alma, ou melhor, de sua imortalidade. Para tratar este tema, ele entra em vários outros, como a teoria da reminiscência, a teoria de que as coisas nascem de seus contrários e a teoria de que há uma realidade superior, a do mundo das idéias.
Após as provas mais racionais sobre a imortalidade da alma, Platão, na voz de Sócrates, retrata, através de um mito[4], como seria a vida após a morte.
Uma leitura apresentada por Bento Silva Santos, para a interpretação do diálogo Fédon, nos esclarece vários problemas. Segundo ele, a presença da fé platônica no orfismo faz com que, como vemos na introdução do diálogo, “antes mesmo de apresentar seu Sócrates como dialético, Platão o apresenta como homem de sólida fé órfica: a sua serenidade diante da morte provém, em primeiro lugar, desta fé e desta esperança” (Santos, 1999, p.49). O mesmo ponto se veria na conclusão do diálogo: “[...] todo o diálogo termina com um dos mais grandiosos mitos escatológicos” (Santos, 1999, p.49). Com isto, nos fala o autor:

As ‘provas’, portanto, deverão e poderão ser lidas nesta única maneira, e o logos platônico não poderá e nem deverá ser compreendido senão em conexão harmônica e em recíproca integração com o mito, porque esta é precisamente a cifra do filosofar platônico, e, de modo particular, do Fédon. (Santos, 1999, p.50)




[1] Mesmo sendo um diálogo que, num primeiro momento, apresenta-se como uma continuação de outros dois diálogos da juventude de Platão, Apologia de Sócrates e Críton, Fédon é considerado um diálogo da maturidade platônica.

[2] Condenação exposta na Apologia de Sócrates, também de Platão.

[3] Veneno utilizado para executar os condenados a morte em Atenas.

[4] É importante salientar a diferença de um mito pré-lógico e um mito platônico. O mito platônico representa uma fé, não somente uma fé por medo ou qualquer outra coisa parecida, mas uma fé guiada pela razão. É a partir das conclusões lógicas que Platão cria um mito.
Após a descrição de como seria o mundo dos mortos, Sócrates fala: “Mas pretender que tais coisas sejam de fato da forma que eu as descrevi, não será coisa de um homem de bom senso! No entanto, crer que algo parecido venha a ocorrer com as almas e seu destino, sendo que a alma é imortal, eis a opinião que se me afigura boa e digna de crédito”. Com isso, Platão não quer defender que isto realmente irá acontecer, pois não pode ser provado racionalmente, mas quer, a partir da prova racional da imortalidade da alma, tornar esse mito plausível.



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