ESSENCIAL
(Gabriel Flamens)
ALÉM DO LIMITE Além do limite da compreensão racional há uma dimensão a ser alcançada pelo homem, até porque viver no limite é o mesmo que viver limitado (aprisionado). É fato reconhecido e aceito que a capacidade humana de raciocinar não pode ultrapassar o limite do plano relativo, ou seja, o plano material, e isto retira do homem a possibilidade de viver a totalidade de si mesmo. Todavia, o plano absoluto da existência é tão presente e atuante em nossa vida quanto o plano relativo, estando ao alcance de cada um de nós adquirir consciência deste fato e ir além do limite do plano relativo. Com efeito, sabemos que o espaço entre os componentes dos corpos materiais, desde a pedra bruta até o sutilíssimo cérebro humano, é ocupado por uma porção de Substância Simples, aquela que tem poder de se modificar para criar novos corpos, bem como de reparar um ferimento ou curar uma doença. Mais importante do que isso é o fato de que este espaço constitui o meio de locomoção do Espírito, permitindo-lhe penetrar em tudo que existe, assim como lhe possibilita o deslocamento ao Plano Absoluto, podendo ali entrar em contato com o Criador, um verdadeiro “Religare” a Deus, cujos benefícios, tanto para si como para todos com quem conviver, são tão grandiosos que não podem ser mensurados, mas podem ser traduzidos por uma frase: “eu sou feliz”. Esta dimensão que se situa além do limite da compreensão racional pertence ao plano espiritual ou, para aqueles que preferirem, plano divinal e neste plano tudo que é simplesmente é, como nos dá conta o famoso autor da Gênesis Bíblica com sua célebre frase “Eu sou Aquele que sou”. É neste plano que vivem os Seres Espirituais, tanto os que se mantém livres para atuarem no nível cósmico, como os que estão vinculados a um corpo humano, agindo em cada um de nós de modo a beneficiar-nos com sua ação, seja conduzindo nosso processo evolutivo, seja protegendo-nos contra as ações nocivas dos Espíritos que, tendo estado vinculados a um corpo humano que faleceu, ainda mantém propensão para o mal. Qualquer que seja a condição do Espírito (Ser Divinal) este está além do limite da capacidade humana de compreendê-lo racionalmente e, por conseguinte, o homem também não tem capacidade para explicá-lo a outros homens, carecendo de legitimidade qualquer tentativa nesse sentido. Todavia, é o que mais acontece e somos modelados, desde o nascimento, por explicações e definições as mais variadas a respeito do plano espiritual (divinal) as quais, por serem estruturadas pela racionalidade humana, apenas dão-nos uma idéia pálida da concepção humana da divindade e, portanto, carece de autenticidade tudo que o homem fala a respeito de Deus. Mas o homem fala, e fala, e explica, e traduz e continua falando durante toda a nossa vida daquilo que desconhece, qualquer que seja o cargo que ocupe ou a notoriedade de que desfrute quem assim fala do que não sabe. Se quem fala for uma autoridade eclesiástica, ou seja, um líder religioso, seja qual for a crença que professe ou a religião que represente, suas palavras são aceitas como verdades absolutas e definitivas por seus fiéis seguidores, os quais não ousam sequer indagar de si mesmo quanto à veracidade do que ouvem, criando uma imagem, ou melhor, um entendimento de Deus artificialmente construído pelas palavras do sacerdote, que nada tem a ver com o verdadeiro Deus. Este, o verdadeiro Deus de que nos fala Moisés através do famoso “Eu sou Aquele que sou”, existe além do limite da capacidade racional do homem compreendê-lo e explicá-lo e cada um de nós, simples pessoas comuns, pode senti-Lo no mais íntimo do seu ser e conviver com Ele, desfrutando o bem maior que é possível alcançar, da maneira com que melhor se identificar, sem precisar de intermediários, de vez que nesta condição é, a um só tempo, Aprendiz e Mestre de si mesmo.
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