COLHEDOR DE MANHÃS
(Comentário ao pé da orelha)
A orelha é o local por onde o livro, e não o seu autor, escuta a palavra final, aligeirada, própria de encontros fortuitos, enviesados -- por isso, com um gosto, um toque, um jeito todo especial.
Assim, neste pé de orelha, duas palavrinhas, para não deixar de orelha em pé...
A primeira: Com seu selo editorial neste livro, a Academia Imperatrizense de Letras (AIL) assume um compromisso de regularidade -- limitada às limitantes limitações -- na publicação de livros de seus membros e de autores outros de Imperatriz e região, comprometidos com a qualidade literária e, em outro caso, com a fidedignidade histórica possível, quando, evidentemente, o conteúdo da obra for vazado em um ou outro gênero, assunto, forma.
A segunda palavrinha: Em Zeca Tocantins -- esse camponês cosmopolita, esse ribeirinho arribado --, amalgamam-se o músico poeta e o poeta musical. Sua música toca, seu verso soa. Este seu Colhedor de Manhãs é como as boas obras poéticas contemporâneas o são: livro de versos curtos e idéias compridas. Estrofes não medidas para sensações e significações desmedidas. Uma obra na qual a AIL se orgulha de sotopor sua marca.
Colhedor de Manhãs. Obra de versos, obra diversa. Dá a fórmula do poema. Recorrentemente, chama de irmão à maneira como chamava Che. Também em recorrência, a referência ao entrepernas donde nasceu. Amor e dor. Deus e Cristo. Pai e Filho.
Amém, Zeca.
Amem Zeca.
Edmilson Sanches (
[email protected])