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Os (des)caminhos da escola: traumatismos educacionais
(Ezequiel Theodoro da Silva)

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Os (des)caminhos da escola: traumatismos educacionais


O livro Os (des)caminhos da escola: traumatismos educacionais, já em sexta edição, reúne doze textos do professor Ezequiel Theodoro da Silva. Escritos há 25 anos, os onze artigos e uma poesia continuam atuais, tanto nos problemas que descreve quanto nas soluções que propõe. Além da dúzia de textos, é altamente recomendável a leitura do prefácio de Dermeval Saviani e dos seis textos do autor, escritos à guisa de apresentação de cada uma das edições.

O livro fala à alma e à indignação sadia, cívica, de quem o lê. A linguagem evita o burocratismo técnico e os “desabafos e denúncias” (como define o autor no prefácio de 2001) fluem naturalmente, como se o autor estivesse ali à frente, conversando com o leitor.

É assim, nas várias “conversas” com o professor-leitor, que Ezequiel Theodoro da Silva relata vivências e impressões sobre diversos aspectos de suas “crenças sobre a educação e a aprendizagem”, como escreve no texto final “Pá-lavras”.

O pequeno livro, de cerca de 80 páginas, trata de educação mas, antes disso, ou por causa disso, dá aulas de cidadania. É um “mosaico de críticas” (a expressão é do autor da obra) acerca dos “problemas educacionais” que se avolumam e das “medidas de solução” que se definham.

O livro pode ser lido a partir de qualquer dos doze textos. Embora o “jeitão” informal, não-empolado, da linguagem, a obra não descuida de dar substância e sentido aos assuntos educacionais que elegeu. Assim, o texto “Barafunda metodológica” trata de técnicas e métodos de ensino e estudo. As condições de trabalho e a formação do professor são retratadas em “O dia-a-dia de um professor”, “Mal-formado e mal-informado” e “Abaixo as muralhas da universidade”. A inter-relação educação-trabalho é objeto do texto “‘A educação e o trabalho’”, onde critica posições de outro autor, Adonias Filho. Questões relacionadas a língua e leitura são expostas, com respostas, nos artigos “O problema das normas lingüísticas”, “Escola de rico e escola de pobre” e “Importância da leitura: um diálogo com o aluno universitário”. A construção do texto é assunto para o artigo “Desassimilação de hábitos adquiridos”. Por sua vez, “Epidemia na e da pesquisa” critica a supremacia dos números, das estatísticas e dos cálculos na investigação educacional -- pois, segundo Ezequiel Theodoro, o ser humano pode fugir aos padrões e, neste caso, todo o referencial que seja erguido a partir desses padrões tende ao desvio, ao erro.

Em um poema que ele classifica como “de rua”, o autor verseja em quinze quadrinhas sobre “qualidade versus quantidade”, título da poesia.

É assim, em prosa e verso, que o experiente professor da Universidade Estadual de Campinas, autodefinido como “um intelectual militante”, nos fala de suas experiências “adquiridas na luta por um ensino melhor”, nascidas “da vivência pedagógica concreta e não de reflexões idealizadas em gabinete”.

Com seu “grito”, que vem ecoando neste livro desde 1978, Ezequiel Theodoro da Silva quer contribuir para o despertamento (ou ressurreição?) do professor brasileiro que -- infelizmente -- ainda continua em estado de letargia, “ofuscado” em seu “bom senso” pela “opressão e a falta de condições”.

Se não lutar contra isso, se não buscar a escola socialmente “conscientizadora e transformadora”, se não desenvolver e manter uma postura ativa diante da “realidade em crise”, se ainda continuar esperando por “soluções milagrosas” ou “anjos salvadores”... o professor estará contribuindo para, na base, instaurar uma pedagogia para a passividade e para o conformismo, que leva a escola e os alunos a (des)caminhos e traumatismos que se estenderão perigosamente, e podem ir além da educação e, como vírus, contaminar o presente e ditar o futuro da própria sociedade.

Os (des)caminhos da escola: traumatismos educacionais, de Ezequiel Theodoro da Silva, não é apenas um livro.

É um toque de despertar.

(EDMILSON SANCHES - [email protected])



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