O Estado de Sao Paolo
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Conexão São Bernardo – Brasília – 13/05/2007 – autor: Marco Antônio Villa, prof. História da UCSFSCarlos O site “www.abcdeluta.org.br”, trás o depoimento de sete presidentes do sindicato do metalúrgicos, que são, Luiz Inácio Lula da Silva, Jair Meneghelli, Vicente Paulo da Silva, Luiz Marinho, Heigueberto Navarro, José Lopez Feijó e João Avamileno. A leitura poderá dar uma maior consistência à compreender o governo Lula. O site fala do depoimento dos sindicalistas autênticos, mas omite as greves heróicas de 1934 e suas lutas e a região que elegeu um prefeito comunista em 1947, no governo Dutra. Lula é o primeiro depoente e relembra um fato de uma greve em 1960, onde uma fábrica de meias trabalhava com poucos operários. O piquete ordenou que se paralisasse as atividades. O proprietário ignorou a ordem e como os piqueteiros forçassem a paralisação, o empresário deflagrou tiros no grupo. Não tiveram duvida, subiram e atiraram o empresário pela janela. Este morrendo com a queda. Não há censura, consternação ou reprovação da ação, por parte do depoente. Enquanto lia “A Gazeta esportiva”, em 1966, pela mão do irmão, frei Chico, vinculado ao PCB, conseguiu a vaga de suplente na chapa do sindicato. Em 1972 foi eleito como primeiro secretário. Se elegeu em 1975, com o apoio do ex-presidente Paulo Vidal, que acabou relegando-o ao isolamento. Em 1977, conseguiu a consolidação da sua liderança, quando conseguiu a reposição da inflação de 1973, que havia sido manipulada pelo ministro Delfim Neto. As grandes greves tiveram inicio em 1978. Em 1979, os sindicalistas prepararam uma paralisação longa, com estrutura e um ambiente de guerra. O que não previram, foi a aceitação imediata dos empresários. Com a assembleia realizada na Vila Euclides, a cada sindicalista que pedia o termino da greve, o povão vaiava. Lula, como comenta, notando isso, chegando sua vez de falar, pediu um voto de confiança para os operários. O que conseguiu. Após se reunir com os empresários conseguiu acabar com a paralisação. Pela perseguição do regime militar, ele resolveu se esconder e não participar de assembleias. A atriz Leila Abramo, sindicalista, questionou a sua atitude pessoalmente, fazendo-o retornar as atividades da assembleia. Em 1980 foi o ano das derrotas, quando se pensa em ganhos para os operários, mas foi uma vitória com a consolidação do PT. Se vangloria dos 31 dias que ficou preso e lhe garantiu uma aposentadoria. Apesar da mordomia no DOPS, oferecida pelo Delegado Romeu Tuma, fizeram uma greve de fome, que não foi apoiada por ele. Tanto que escondeu umas balinhas no travesseiro. Em 1981, quem assume é Jair Menghelli, indicado pelo Lula. Funcionário da Willys desde 1963, filiou-se ao sindicato apenas 14 anos depois. O motivo da filiação, foi a oportunidade de pagar 50% do curso de madureza patrocinado pelo sindicato, que desejava cursar. Grande leitor da “Gazeta Esportiva e do Tio Patinhas”, comenta que quando ouviu sobre a morte de Marighela, foi uma festa, pois haviam matado um bandido. Emprestaram “Os dez dias que abalaram o mundo de John Reed”, sobre a revolução russa, disse que não entendeu nada, pois havia exércitos multicoloridos, com muitos partidos, “bom é no Brasil que só tem Arena e MDB.” E assim devolveu o livro. Sucedeu-o Vicente Paulo da Silva. Em 1976, com 20 anos migrou para São Bernardo. Conseguiu emprego 11 dias depois, pois escolheu o melhor para si, como diz. Acreditando o Sindicato ser um clube, filiou-se no ano seguinte. Participa de uma greve em 1979, dois anos depois faz parte da diretoria, em 1987 é eleito presidente do sindicato e sete anos depois presidente da CUT. Luiz Marinho sucede-o. Foi trabalhar na Volks em 1978, com 29 anos. Filiou-se em 1980 ao sindicato. Na primeira vez, naquele ano, por estar sem a caderneta de trabalho, não conseguiu seu intento, somente meses depois retornou conseguindo seu objetivo. Em 1984 passou a ser tesoureiro do sindicato e permaneceu 12 anos em cargos burocráticos.Em 1996 tornou-se presidente da entidade e seis anos depois presidente da CUT. Hoje são: presidente da republica, presidente do Sesi, deputado federal e ministro de Estado. São biografias de êxito. O que se torna contundente ao conceito de trabalhismo é o arrivismo, o parco nível de consciência política, a breve militância e a rapidez na ascensão. Além de deixar o chão de fábrica. A manipulação dos interesses é gritante, deixando-se idealismos e aliados de lado, conforme a onda de momento. Este universo se baseia apenas no sindicato, no bar, sendo que os vários exemplos de sindicalismo operário são abandonados. São mais pequenos burgueses que operários, almejam a ascensão social e a encontram entre São Bernardo e Brasília.
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