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Revisão sobre os Efeitos do fogo sobre o solo da Floresta Tropical
(Pinheiro; L. A. F. V.)

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Na Floresta Tropical, ao contrário das savanas, florestas de coníferas e bosques de folhosas CIANCIULLI (81) , não observou uma grande incidência de incêndios florestais naturalmente; seja nas matas de encosta ou nas florestas ripárias, ou ainda nas florestas equatoriais (mais úmidas e portanto menos sucetíveis ao fogo, seja nas florestas estacionais semidecíduas ou decíduas de planaltos.
No entanto existe uma boa adaptação das espécies tropicais a regeneração após um incêndio, essa regeneração segundo MEDEIROS ( 87) pode ser maior devido a influência antrópica ou sazonal, e ocorre após o início da estação chuvosa subsequente ao incêndio; outro fator observado por BEADLE (39,41) em um solo arenoso da Austrália é que normalmente as sementes do solo são afetadas principalmente até a profundidade de 3 polegadas(7,62 cm) sendo essas sementes em sua maioria resistentes a altas temperaturas (deiscentes e ressecadas), e facilitadas pela chuva na germinação (quiescência), BEADLE observou também que a maioria das espécies não foram mortas pela passagem do fogo, e apresentaram boa capacidade de brotamento.
Já FREISE (39) analisando solos tropicais, concluiu que o fogo sucessivo diminuiu a porosidade do solo, bem como da microflora e microfauna, necessitando do efeito do intemperismo para a lenta recuperação da crosta calcinada com carvão e cinzas. Como resultados positivos, CIANCIULI (81) citou a eliminação dos hospedeiros de pragas e doenças, a grande frutificação advinda da regeneração e a seleção de árvores livres de patógenos.
Segundo MEDEIROS(87), que monitorou uma área vegetada do cerrado após um incêndio no Parque Nacional de Brasília (PNB), através dos níveis de radiação eletromagnética (REM), o índice de revegetação (IV) altera-se significativamente após um mês, dois meses e um ano, se comparado a cobertura original; isto se deve a variações antrópicas ou sazonais, e ocorre geralmente após o início das chuvas, gerando uma maior exuberância da vegetação.
CANCIULLI (81), resaltou que os incêndios florestais são uma constante nas matas nativas de São Paulo (por exemplo na Serra dos Abreus, Amparo, Serra Negra, Pinheirais de Campos do Jordão), Parque Nacional de Itatiaia e Serra dos Órgãos no Rio de Janeiro, e Pinheirais de Umuarama no Paraná, Landes na França (1849) e a Floresta Negra da Alemanha em 1800, florestas da Suécia e Dinamarca em 1826, além dos pinheirais introduzidos no Brasil que oferecem grande risco devido a resina que possuem.
BEADLE (39, 41), mediu a temperatura de um solo arenoso a várias profundidades em New South Wales, Austrália, e após obter uma variação de 81 a 213 graus celsius na superfície, 67 a 114 oC sob 1 polegada (2,54 cm), e de 59 a 67oC sob 3 polegadas, sem resultados significativos abaixo dessa profundidade; e concluiu que o fogo não matou a vegetação, que apresentou alta regeneração, e cujas sementes deiscentes e ressecadas resistem a altas temperaturas, favorecidas pela chuva em sua germinação.
FREISE (39), analisando solos tropicais, observou que incêndios sucessivos diminuem a porosidade do solo, bem como a microflora e a microfauna, sendo a regeneração do mesmo lenta e sob a condição de intemperismo sobre a crosta calcinada com o carvão.

Bibliografia

MEDEIROS, J.S. et alii Monitoramento da Regeneração da Vegetação em Áreas Destruídas por fogo, in Anais do II Congresso Brasileiro de Defesa do Meio Ambiente, Rio de Janeiro, 1987, v2 pp 224 a 245.
CIANCIULLI, P.L. Incêndios Florestais - Prevenção e Combate São Paulo, Nobel, 1981 pp 24 a 26 e 38 a 40.
BEADLE, N.C.W. As Temperaturas do solo durante o fogo na floresta e seu efeito sobre a sobrevivência da Vegetação, Journal of Ecology, fevereiro de 1939 e Boletim de Agricultura, número único, Sào Paulo, 1941.
FREISE, F.W. As Queimadas e suas influências nefastas sobre os solos tropicais in Boletim de Agricultura, São Paulo, 1939 pp631 a 659 e Tropenflanzer, v42, 1939.



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