O transporte primário e secundário na exploração florestal
(Diversos)
O transporte primário é a movimentação da madeira do talhão até a estrada, carreador ou pátio intermediário. No Brasil, em pequenas áreas, a retirada de madeira do talhão ocorre principalmente por meio de animais ou caminhões 4x2. Nas empresas florestais, este transporte é feito por máquinas especialmente desenvolvidas para este fim, como o skidder e o forwarder.
A escolha dos meios de transporte primário devem levar em consideração: a densidade do talhão, a topografia do terreno, o tipo de solo, o volume de árvore e a distância de transporte.
A eficiência do processo de transporte primário está intimamente ligada a adequação das máquinas ao volume de madeira a ser transportado, ou seja, à sua capacidade de movimentar uma determinada carga. As máquinas especialmente desenvolvidas para esta finalidade, como o skidder e o forwarder, são hoje utilizadas apenas pelas grandes empresas florestais, devido, principalmente, ao elevado custo de aquisição e manutenção.
Na tentativa de otimizar esta operação, algumas soluções intermediárias tem sido tomadas, de modo a aumentar a produtividade, sem no entanto, aumentar os custos com a aquisição de máquinas muito caras. Tratores agrícolas comuns com grua adaptada têm sido uma opção viável para pequenos e médios empreendimentos florestais.
Forwarder ou Trator auto-carregável.
Os tratores florestais auto-carregáveis foram originalmente concebidos no Canadá e aprimorados na Escandinávia. Esses tratores são, geralmente, máquinas articuladas com alta capacidade de carga, variando entre 5 e 20t.
Possuem uma caixa de carga e um carregador hidráulico que pode ser montado sobre um dos chassis e apresenta capacidade de carga que varia de 0,3 a 1,8t por ciclo. Devido à sua configuração e design podem trabalhar em áreas com declividades de até 30% (paralelo ao sentido do declive).
São máquinas caras, e sua utilização no Brasil, restringin-se à grandes empresas que possuem extensas áreas florestais. Os auto-carregáveis possuem algumas vantagens em relação aos sistemas de transporte por arraste: menor compactação do solo, maior distancia econômica e maior capacidade de carga são exemplos de vantagens. Contudo o seu uso continua restrito devido à limitação econômica.
Skidders
Denomina-se skidder um trator florestal com o objetivo de transportar a madeira por meio de arraste. Segundo Seixas (1998) “o skidder apareceu na década de 60, é um veículo versátil e forte, fácil de operar e econômico”. Essas características são, provavelmente, os principais incentivos ao uso de Skidders no transporte florestal, visto que o transporte feito por skidder causa um maior impacto sobre o meio ambiente em relação ao forwarder. Os Skidders são geralmente utilizados no sistema de toras longas ou árvores inteiras, e principalmente em situações onde as dimensões das toras impossibilitam o transporte com tratores tipo forwarder.
Tratores Agrícolas adaptados
Para os pequenos e médios empreendedores florestais existem opções mais viáveis economicamente para o transporte florestal primário. Uma opção atualmente utilizada no Brasil é o trator agrícola adaptado, que possui uma grua e uma carreta acoplados, sendo considerado um conjunto intermediário normalmente denominado “Pré-forwarder”. Nesse sistema, geralmente são utilizados tratores com 80-100 H.P. com capacidade de carga em torno de 7-8 toneladas.
Sistemas de Transporte Secundário
O transporte da madeira, do carreador até a fábrica, constitui uma das principais etapas do sistema de exploração florestal,o chamado transporte secundário ou principal, uma vez que utiliza a maior quantidade de recursos financeiros. No Brasil, este transporte iniciou-se na primeira década, através da utilização do principal meio de transporte existente: o transporte rodoviário.
O setor florestal brasileiro depende muito do sistema rodoviário, uma vez que este apresenta uma malha viária que cobre grande parte do país (IBDF/COPLAN, 1981). O transporte florestal por rodovia é relativamente caro, dado ao grande número de pedágios, limitações nos horários de tráfego dos caminhões e no volume de madeira transportada.
A escolha da melhor composição vai depender da alternativa economica e operacionalmente mais eficiente.
O alto custo que assume o transporte florestal, devido aos aumentos nas distâncias de transporte, crescimento acentuado na demanda por madeira e concorrência por frete, em uma frota de veículos que não acompanhou o incremento na produção de bens, pode acarretar em um elevado percentual no preço final da madeira posto fábrica. Por este motivo, o transporte florestal passou a exigir também uma maior especialização no seu planejamento (Seixas, 1987).
IBDF/COPLAN. 1981. Transporte de madeira e derivados. Revista da Madeira, São Paulo (354): 12-15 jun.
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