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A industria madeireira e a destruição das florestas tropicais
(Pinheiro; L. A. F. V.)

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Desde a chegada do portugueses ao Brasil é possível identificar-se um sistema e utilização predatória dos recursos florestais. A medida que o desenvolvimento tecnológico foi permitindo, este garimpo foi se tornando cada vez mais acelerado e destrutivo. Grande parte da industrias que hoje atuam na fronteira da exploração madeireira na Amazônia são originadas nos estados de Santa Catarina, Paraná e sul de São Paulo e a maioria já teve passagem pelo norte do estado do Espírito Santo e sul da Bahia. O resultado deste sistema de “produção” de madeiras tropicais é arrasador. A proporção da cobertura florestais nestas regiões não passa de 8% atualmente.

O sistema é simples. Mão de obra pouco especializada e mal remunerada opera máquinas e equipamentos inadequados em condições de trabalho adversas. O planejamento é inexistente. Na porta da serraria já é possível contabilizar cerca de 35 a 50% de perdas no campo que incluem árvores que racham por corte inadequado, ocas abatidas, abatidas que ficam presas no dossel, derrubadas por acidente na queda de outras ou simplismente esquecidas em campo. Nas serrarias equipamentos obsoletos conseguem processar cerca de 40 a 50% da madeira transformando-as normalmente em pranchas/tábuas. O resto é resíduo que periodicamente é queimado para dar lugar mais resíduo.

Esta madeira ainda úmida é transportada para os estados das regiões sul e sudeste onde são processados por industrias diversas. A fabricação de tacos e outros pisos registra perdas de 50% no processamento de tábuas e pranchas. A industria de movelaria não tem um aproveitamento muito superior a este. Ainda que em parte destas industrias estes resíduos sejam utilizados para energia é desconcertante concluir que é carvão de ipê, mogno, cerejeira ou pau marfim.

Analisando estes números e as regiões historicamente utilizadas pela industria madeireira nacional não é difícil concluir que este setor é a comissão de abre alas da destruição das florestas tropicais. As áreas então abandonadas por estas são finalmente queimadas e destinadas a uma pecuária de baixa eficiência e baixa qualidade do produto final, sem contabilizar as externalidades decorrentes da degradação dos solos e cursos d’água nestas regiões.

Após alguns anos de uso estas terras são abandonadas e consideradas marginais. Algumas vezes são incorporadas ao parque produtivo e alguma empresa florestal que com auxilio de adubações químicas e espécies exóticas de rápido crescimento pouco exigentes em termos nutricionais acaba por produzir madeira para celulose e se vangloriar de recuperar um área marginalizada e improdutiva.

Na verdade não existem vilões nem mocinhos nesta história. As madeireiras se valem de um sistema de fiscalização ineficiente e corrupto, para atuar num mercado sem uma política nacional definida que estimule o aporte tecnológico e reduzissem a carga tributária. Na ponta do lápis o sistema de produção que utilizam é o mais rentável. Quantos as externalidades, danos ambientais utilização irracional dos recursos naturais, bem o próprio termo define: externalidades.

As industrias que fazem uso de madeiras nas regiões sul e sudeste produzem o que o mercado compra. A população que tem condições de escolher tende a recusar produtos de Pinus, Eucalyptus e até de painéis a base de madeira. Várias empresas até apresentam linhas de produtos que utilizam madeira oriunda de reflorestamento mas afirmam que o mercado é restrito e o valor praticado não é economicamente viável.

As áreas então abandonadas pelas madeireiras é classificada como secundária ou degradada pelos órgãos competentes o que facilita sob o aspecto legal a substituição por pecuária e casos mais raros agricultura. Dada a disponibilidade de terras a um custo muito reduzido qualquer aporte tecnológico se torna desnecessário ou pelo menos pouco interessante. Os sistemas agrícolas intensivos ou, o sistema de reforma de pastos por queimadas anuais consecutivas acaba por degradar os solos tropicais. Após alguns anos estas áreas não se prestam mais agricultura. Mas a fronteira agrícola já foi novamente expandida pela ação das madeireiras e basta se mudar e continuar o ciclo da devastação.

Finalmente estas áreas são adquiridas por empresas florestais a um custo relativamente baixo. Também não existe outra alternativa pois existe madeira sobrando no mercado e a condução de estoques estratégicos de madeira acaba por ficar oneroso. Este excesso de madeira no mercado é resultante dos plantios iniciados durante os período dos incentivos fiscais que ano após ano vem aumentando a produtividade tanto pela inovações nos sistemas de implantação e tratos silviculturais como pela introdução de variedades melhoradas e silvicultura clonal. Se não existissem áreas degradadas talvez a produção de espécies exóticas de rápido crescimento para celulose ou carvão encontrasse dificuldades de se expandir.



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