MAPEAMENTO PARTICIPATIVO PARA O MANEJO FLORESTAL POR POPULAÇÕES TRADICIONAIS 
(Pinheiro;  L. A. F. V.)
  
O manejo florestal por populações tradicionais (ou não) têm por excelência um componente espacial. A distribuição dos recursos de interesse e a distância aos núcleos das comunidades interferem na sazonalidade e intensidade de utilização. Comunidades normalmente apresentam uma classificação muito refinada dos diferentes tipos de solos, ecossistemas da região ancestral que habitam.
            Técnicas de mapeamento e cartografia são utilizadas como ferramentas de poder desde tempos remotos. A delimitação de áreas e seus usos sempre foi decorrente de processos verticais e atualmente tecnocráticos que desconsideram o conhecimento e os interesses das populações diretamente influenciadas por estas decisões.
            O recente desenvolvimento destas técnicas incorporou uma gama de novas tecnologias de ponta como  (i)   sistema  de  posicionamento  global (GPS);   (ii) sensoriamento remoto; (iii) tecnologias relativas a bancos de dados; (iv) sistemas de informação geográfica (SIG), entre outras e as inseriu definitivamente num formato digital.  Se  por  um lado  este  desenvolvimento  popularizou  o  mapeamento e a utilização de informações espaciais na comunidade científica envolvida com questões socioambientais   por  outro,  distanciou   ainda  mais   esta   ferramenta   da  realidade  das populações  que  efetivamente manejam  seus recursos   florestais.  
            O mapeamento participativo surge como parte de um novo enfoque onde as comunidades tradicionais são elevadas para o status de agentes do seu próprio desenvolvimento,   no instante   que   aprendem   ferramentas   tecnológicas   que   lhes dão  poder  para  identificar  as  totalidade  dos  seus  recursos ,  maneja-los  segundo  seus citérios e principalmente tomar decisões independentes.
            Neste  contexto  este  trabalho  procura  enfatizar alguns aspectos metodológicos que   se   efetivamente  incorporados  ao  planejamento  de  um  mapeamento  participativo podem  potencializar  a  seus  resultados  tanto  a  comunidade  quanto  para  a comunidade cientificamente relacionada. 
 
  
 
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