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A caixeta (Tabebuia cassinoides (Lam.) D.C.
(Pinheiro; L. A. F. V.)

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A caixeta (Tabebuia cassinoides (Lam.) D.C.) é uma Bignoniaceae que ocorre naturalmente em regiões de solos úmidos e alagadiços de água doce da planície litorânea e restingas brasileiras. No Estado de São Paulo concentra-se no Vale do Ribeira. Apresenta-se com alta densidade em maciços, consorciada com outras espécies como o guarandi, canela e a figueira. Possui madeira leve, de cor clara, baixa retratibilidade e resistência mecânica, além do altíssimo poder de brotação após o corte.

Segundo, Marquesini 1994 (a), a caixeta apresenta uma dupla função na sucessão natural. Apresenta um comportamento agressivo na colonização de áreas de várzea, característico de espécies pioneiras. Quando atinge o estrato arbóreo não é substituída por outras espécies, processo usualmente relacionado a espécies “clímax”. Sua substituição vai ocorrendo a medida que as várzeas vão sendo assoreadas, e outras espécies começam a surgir ficando a caixeta restrita ao estrato secundário.

A caixeta vêm sendo utilizada, desde a década de 30, por populações locais para a manufatura de diversos produtos, como lápis, tamancos e artesanatos. Em 1992 a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, de acordo com a constituição Federal, estabeleceu normas para a exploração de caixeta sob regime de manejo sustentado (resolução SMA-11, de 13 de abril de 1992).

As áreas de caixetais vêm sofrendo um processo de desaparecimento baseado em três pontos básicos. Pontos estes relacionados diretamente à ações antrópicas que refletem a falta de conhecimento dos caixetais pelo homem, que ignoram o conhecimento e a experiência de populações tradicionalmente “manejadoras” de caixeta.

O assoreamento dos rios e consequentemente das áreas de várzea, por sedimentos originados da erosão dos solos, lançamento constante de detritos sólidos nos cursos d`agua por industrias e centros urbanos em geral, bem como a criação de barragens, açudes e estradas cruzando cursos d’agua e alterando os regimes hidrológicos, vem contribuindo para acelerar o processo de sucessão nos caixetais.

A extração seletiva de caixeta, principalmente no método por vala, favorece outras espécies em detrimento da caixeta (Marquesini, 1994(a)). A ausência de um plano de manejo adequado normalmente resulta em práticas inadequadas de exploração, como a inexecução de desbrota após o corte, que podem diminuir o incremento de madeira (caixeta) e comprometer explorações futuras. Estas práticas tendem a médio/longo prazo, alterar negativamente a densidade de caixeta nas áreas, bem como seu volume absoluto.

A pressão resultante da expansão desordenada dos centros urbanos e especulação imobiliária, bem como o aumento dos condomínios à beira mar impulsionados pelo turismo, vêm determinando o aterro de diversas áreas alagadas (mangues, brejos e várzeas) e a devastação das mais diversas formações vegetais (restingas, mangues, e caixetais entre outros...) no litoral paulista, em detrimento das polulações locais (caiçaras) que são obrigadas a se mudar para as periferias das cidades ou povoar as escarpas da Serra do Mar, perdendo entre outras a condição de plantar para sua subsistência e coletar a matéria prima para suas manufaturas (artesanatos).

Aliado ao cenário descrito acima surgiram uma série de instituições governamentais e não, com o objetivo e proteger e conservar os domínios da Mata Atlântica. Fato é que por diversas destas, o caiçara foi classificado como vilão, o que em contrapartida resultou numa antipatia generalizada por parte das populações locais com relação a instituições ambientais em geral. Até hoje, como pode se observar em Marquesini 1994 (b), existemmuitas instituições pressionando comunidades tradicionais do litoral paulista “em prol do meio ambiente”.
MARQUESINI, M. P. S., 1994 (a) - Relatório n. 01 do Projeto Manejo de Populações Naturais de Caixeta - Tabebuia cassinoides (LAM) DC. Fase I Levantamento de Caixetais.

MARQUESINI, M. P. S., 1994 (b) - Relatório n. 02 do Projeto Manejo de Populações Naturais de Caixeta - Tabebuia cassinoides (LAM) DC. Fase II Manejo de Caixetais.

MARQUESINI, M. E. S., PINHEIRO, L. A. F. V., VIANA, M. V., 1995 - Análise da Variação Espacial da Densidade, Área Basal e Brotação em uma População Natural de Caixeta ( Tabebuia cassinoides (Lam.) D. C. no Vale do Ribeira - SP.- Crogresso Nacional de Botânica, 1995 - Rib. Preto.



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